O Presidente da República apelou, esta segunda-feira, à «dignidade» e ao respeito mútuo entre os poderes regionais e frisou que não se deslocou à Madeira como estrangeiro, mas como garante da unidade do Estado português.
O Presidente da República apelou, esta segunda-feira, num jantar que lhe foi oferecido na Assembleia Legislativa da Madeira, à «dignidade e ao respeito mútuo» entre os poderes regionais, num discurso cheio de recados.
Num discurso elogioso para a autonomia da Madeira mas em simultâneo de defesa da unidade e integridade territorial do país, o chefe de Estado considerou legitimo que a Madeira exija mais às autoridades da República, porque a região apresenta problemas próprios.
«Tenha profunda convicção de que os madeirenses não quererão reclamar para si aquilo que não pode ser dado aos outros portugueses» disse Cavaco Silva, num recado dirigido directamente ao presidente do governo regional madeirense.
Por outro lado, Cavaco também deixou recomendações ao governo liderado por José Sócrates afirmando que «os madeirenses não se escusam a partilhar sacrifícios quando estes são devidamente explicados e impostos com justiça e sem descriminações injustificadas».
«Todos ficariam a perder com a persistência de conflitos mais ou menos artificiais», sublinhou, numa alusão às divergências entre Funchal e Lisboa que, há um ano, devido aos cortes no financiamento à Madeira impostos pela lei das finanças regionais levaram Alberto João Jardim a provocar eleições antecipadas.
Relativamente ao facto de não haver uma secção solene na Assembleia da Madeira, uma polémica gerada por Jardim ter dito que era preferível que o Presidente da República não conhece «aquele bando de loucos», referindo-se aos deputados da oposição, Cavaco disse ter aceite o convite para estar numa «ocasião solene, decerto, mas também uma ocasião de festa».
No seu discurso, Cavaco Silva sublinhou que não se deslocou à Madeira como estrangeiro, mas antes como garante da unidade do Estado português.
Durante esta terça-feira, segundo dia da visita de uma semana, o chefe de Estado reúne-se com Alberto João Jardim.