António Vitorino considerou, esta segunda-feira, o facto de Cavaco Silva ter aceite ir à Madeira sem ser recebido numa sessão solene na Assembleia Legislativa como uma cedência aos «caprichos» de Jardim e um «precedente grave».
O socialista António Vitorino considerou, esta segunda-feira na RTP, o facto de Cavaco Silva não ser recebido numa sessão solene na Assembleia Legislativa, durante a sua visita à Madeira, como uma cedência e um «precedente grave».
«O Presidente da República tem sido, ao longo deste mandato, extremamente cuidadoso nas questões institucionais», daí que seja «difícil compreender que, pela primeira vez, abra uma excepção e aceite de bom grado que não haja uma sessão de contacto com o órgão do governo próprio da região», disse.
O ex-comissário europeu acrescentou que o facto de Cavaco Silva não ter ido à assembleia madeirense trata-se de «um precedente grave, que nunca se verificou na Madeira nem nos Açores».
«É de alguma forma tornear um problema político cedendo, de maneira injustificável, a um capricho de Alberto João Jardim», sublinhou.
O chefe de Estado não foi convidado para uma secção solene na Assembleia da Madeira, numa decisão envolta em polémica, com Alberto João Jardim a dizer que era preferível que o Presidente da República não conhecesse «aquele bando de loucos», referindo-se aos deputados da oposição.