O deputado do PSD Luís Montenegro acusou o Governo de querer «asfixiar» a democracia e provocar o maior «retrocesso» no Estado social depois do 25 de Abril. No Parlamento, o deputado socialista Osvaldo Castro lembrou como se vivia antes da Revolução dos Cravos.
O deputado social-democrata Luís Montenegro acusou o Governo de «asfixiar» a democracia e de provocar o «maior retrocesso» no Estado social desde o 25 de Abril.
No Parlamento, durante as comemorações do 34º aniversário do 25 de Abril, este parlamentar do PSD aludiu a uma «democracia que alguns querem asfixiar» e a um «Governo que se encontra cada vez mais a vacilar».
«É aqui que entra a nossa responsabilidade. A responsabilidade que o PSD como partido alternativo do Governo não pode e não vai enjeitar. Vivemos tempos de decisão. Portugal precisa de alternativa. Sabemos que da nossa diversidade, pluralidade e democraticidade interna terá de emergir uma proposta nova», acrescentou.
Por seu lado, o deputado socialista Osvaldo de Castro recordou a forma como se vivia antes do 25 de Abril, numa altura em que «não havia liberdade de opinião, imprensa, reunião, manifestação ou greve».
«Aqueles que ainda falam da claustrofobia democrática ou da limitação de direitos têm ainda de confrontar com aquilo que era no passado», acrescentou este parlamentar do PS.
Já Pedro Mota Soares preferiu centrar o seu discurso na questão da baixa natalidade existente em Portugal, tendo este parlamentar do CDS-PP considerado que um país sem crianças é um país triste.
«Um Estado amigo da família na lei laboral estende aos avós os direitos atribuídos aos pais em matérias de maternidade e paternidade. Um sistema fiscal amigo da família, que não penalize quem é casado ou quem tem filhos e que permita a introdução de um coeficiente familiar de 0,5 por cento por cada filho», acrescentou.
Do lado do Bloco de Esquerda falou José Moura Soeiro, que se incluiu na «geração dos 500 euros», falou de Educação para dizer que a escola fabrica várias formas de exclusão.
Para este deputado, o problema das escolas não se centra nem nos professores, nem nos jovens, sendo sim necessária pensar a questão «politicamente e articulá-la com os diferentes projectos de sociedade que conflituam no nosso país».
Miguel Tiago, do PCP, retomou a questão da aprovação do Tratado de Lisboa pelo parlamento perto do 25 de Abril e criticou a forma como estão a ser geridos os recursos naturais.
José Miguel Gonçalves também falou em questões ambientais e criticou o mercado que leva ao aumento de preços de bens essenciais que afectam em particular os «dois milhões de portugueses que continuam a tentar fugir à miséria».