Jerónimo de Sousa considerou, este domingo, em declarações à TSF e ao DN, que a proposta para o novo Código do Trabalho representa um retrocesso de décadas nos direitos dos trabalhadores e defendeu uma mudança no PS para acabar com «os gritos de alma» dentro do partido.
O secretário-geral do PCP considerou, este domingo, no programa «Discurso Directo», uma parceria entre a TSF e o Diário de Notícias, que a proposta do novo Código do Trabalho representa um retrocesso de décadas nos direitos dos trabalhadores.
Sem querer comprometer-se com a certeza de uma greve contra o novo Código do Trabalho, por considerar que a decisão cabe aos sindicatos, Jerónimo de Sousa sublinhou que a «luta pode ter um papel fundamental».
«Quem tem de fazer essa avaliação serão os sindicatos no seu conjunto, através do esclarecimento junto dos trabalhadores», porque são esses, «em última análise, com as suas estruturas, que poderão decidir as formas de luta», disse.
Questionado sobre os aumentos salariais dos funcionários do PCP, Jerónimo de Sousa admitiu que foram idênticos aos que o Governo fixou para a função pública, recusando qualquer contradição com o discurso político.
«Pode parecer idealista, mas também este aumento salarial dos funcionários do meu partido tem a ver com esta identificação profunda com a realidade dos trabalhadores. Se os trabalhadores têm dificuldades, obviamente o PCP também os tem no plano financeiro», explicou.
O líder comunista comentou também as diferentes vozes dentro do Partido Socialista, como a de «Manuel Alegre», para quem o PS já nem é «social-democrata».
«Acompanhamos esse incómodo, essa inquietação» e esses «gritos de alma», que têm um valor, mas são «claramente insuficientes» para inverter a situação actual, disse o líder do PCP, acrescentando que «o que se impõe é uma mudança por parte do PS».