Política

Catarina Martins lamenta rejeição da rescisão de concessão dos CTT

A Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins (C) conversa com trabalhadores dos CTT durante a manifestação dos CTT, promovida por várias organizações representativas de trabalhadores: Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (SINDETELCO), Sindicato Independente dos Correios de Portugal (SINCOR), Sindicato Nacional Dos Trabalhadores Das Telecomunicações E Audiovis (SINTAAV) e Comissão de Trabalhadores, Lisboa, 23 de fevereiro de 2018. ANTÓNIO COTRIM/LUSA LUSA

A coordenadora bloquista juntou-se esta tarde à manifestação dos CTT em Lisboa, desde a praça do Marquês de Pombal até à residência oficial do primeiro-ministro.

Catarina Martins lamentou que o Parlamento tenha rejeitado a proposta do BE para a rescisão do contrato de concessão dos CTT, avisando que é preciso "agir depressa" antes que os acionistas privados destruam a empresa.

Catarina Martins juntou-se esta sexta-feira, ao início da tarde, ao arranque da manifestação dos CTT, no Marquês de Pombal, em Lisboa, onde disse aos jornalistas que "se nada for feito, os acionistas privados destroem os CTT e, por isso, é preciso agir depressa".

"Infelizmente, a proposta que o Bloco de Esquerda fez ontem mesmo foi rejeitada pelos outros partidos. Lamentamos porque era uma proposta que permitia no imediato e sem custos para o Estado ter o serviço postal público", disse.

Na quinta-feira, o parlamento rejeitou diplomas do PCP e do PEV para a recuperação do controlo público dos CTT e um projeto de resolução do BE para a rescisão do contrato de concessão por incumprimento, tendo este último tido os votos contra do PS, PSD, CDS-PP, PCP e PEV e os votos favoráveis do PAN e do BE.

"Nós queremos sempre acreditar que estamos de boa-fé, mas temos sempre que nos perguntar: se os CTT estão neste momento a despedir trabalhadores, a fechar estações, nós podemos mesmo estar meses num grupo de trabalho, enquanto os acionistas privados retiram todo o património aos CTT e despedem aos seus trabalhadores, ou precisamos de agir agora?", observou.

"Esta proposta do Bloco pode ser sido rejeitada, mas julgo que a manifestação de hoje e a posição de muitos autarcas terá que fazer com que haja ações consequentes nos próximos tempos", anteviu.

A coordenadora do BE insistiu que "os correios são um serviço público essencial no país", não sendo "por acaso que, em todo o mundo, há serviço postal público, feito por empresas públicas".

"PSD e CDS, ao decidirem privatizar os CTT, cometeram um enorme erro e fizeram um verdadeiro assalto ao país. Portugal passou a ser o quinto país do mundo com correios privatizados", criticou.

Os CTT, recordou Catarina Martins, "são uma empresa muito lucrativa" e "todos os anos dão mais de 60 milhões de euros de lucro".

"Os acionistas privados têm distribuído em dividendos mais até do que os lucros da empresa. Uma ganância sem fim", condenou.

Os trabalhadores dos CTT - Correios de Portugal iniciaram a partir da meia-noite de hoje a segunda greve geral em dois meses, após dois dias de paralisação em dezembro. Para esta tarde convocaram uma manifestação com destino à residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, local onde as estruturas representativas dos trabalhadores entregarão documentos a exigir a reversão da privatização da empresa.