portugal

Passos Coelho não permitirá ao PS criticar o passado

O mandatário nacional da candidatura de Pedro Passos Coelho à liderança do PSD, Fernando Ruas, argumentou esta quinta-feira que o «passado escorreito» do seu candidato é uma vantagem porque não permitirá ao PS criticar o PSD.

Fernando Ruas encontrou-se hoje com Pedro Passos Coelho, num hotel em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, disse que aceitou ser o seu mandatário nacional, entre outras razões, porque «é um candidato com um passado perfeitamente escorreito, os outros também o serão, mas a quem nomeadamente o PS não poderá mais estar a forçar [a justificar o passado]».

«Nós é que poderemos forçar o PS a responsabilizar-se pelos nove em doze anos de governação que tem», sublinhou.

Questionado se considera a falta de experiência governativa de Passos Coelho uma vantagem, respondeu: «Disse que era uma vantagem. Não podemos ouvir aquilo que temos ouvido continuamente do PS e do primeiro-ministro, culpar outras pessoas por um passado que maioritariamente lhes diz respeito.»

«Eu digo é que podemos fazer à vontade estas incursões pelo passado que não temos nada que nos diminuir, antes pelo contrário», concluiu o presidente da Câmara Municipal de Viseu e da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).

Passos Coelho concordou com essa leitura e reiterou, com esse argumento, que a escolha de Pedro Santana Lopes para liderar o grupo parlamentar do PSD foi má.

Passos Coelho subscreveu a ideia de que tem vantagem em relação aos seus adversários Pedro Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite «em virtude de permitir, como o doutor Fernando Ruas assinalava, centrar mais a discussão no futuro e menos no presente e no passado».

«Mas não é só essa a vantagem da minha candidatura: o PSD não desejar voltar ao Governo e ganhar as eleições só por um aspecto fanfarrão, para dizermos que somos o maior partido e que voltámos ao Governo», sustentou, defendendo que «é preciso explicar para quê que queremos voltar ao Governo».

Interrogado sobre a possibilidade de o Congresso do PSD ser adiado para 20, 21 e 22 de Junho, Passos Coelho respondeu que não tem nada a opor, frisando que sempre declarou que não ia «levantar problemas de ordem processual».