Manuela Ferreira Leite propôs que os políticos se abstenham de prometer a baixa de impostos, mesmo reconhecendo que gostaria de o fazer. A candidata à liderança do PSD assegurou ainda que rejeita a hipótese de acordos e pactos com o PS.
Manuela Ferreira Leite propôs, na quinta-feira à noite, a proibição para um político de prometer a descida de impostos, muito embora tenha reconhecido que, como qualquer outro político, gostaria de o poder fazer.
«Tudo o que seja linguagem no sentido de 'eu vou baixar os impostos' sem dizer como, porquê e de que forma vai o conseguir é pura demagogia. E até devo dizer mais, em nome da verdade, devia ser proibido algum político prometer a baixa de impostos», acrescentou a ex-ministra das Finanças.
Ferreira Leite, que defendeu ainda a simplificação do sistema fiscal, disse mesmo que «baixar impostos em situações em que não se pode ou não se deve fazê-lo pode ter consequências perniciosas para a economia que podem ser bem piores do que pagar impostos».
Numa acção de campanha relativa à sua candidatura à liderança do PSD em Setúbal, Ferreira Leite esclareceu ainda que rejeita a possibilidade de acordos ou pactos com o PS, tal como feito anteriormente pelo seu partido.
Apesar disso, a candidata à liderança social-democrata admitiu que, em alguns casos, um acordo ou um pacto com os socialistas até pode nem ter sido uma má ideia.
Numa referência à Lei Eleitoral Autárquica, assinado com o PS e que o PSD acabou por não cumprir, a ex-ministra lembrou que o importante teria sido que a opinião pública percebesse a recusa dos sociais-democratas.
«É necessário no mínimo que a opinião pública perceba porquê. Acho que nem os militantes perceberam porquê, muito menos a opinião pública», acrescentou.
Antes deste encontro onde estiveram cerca de duas centenas de militantes, Manuela Ferreira Leite insistiu que no Estado deve «proteger os mais desfavorecidos e deixar que a iniciativa privada resolva os outros problemas».