portugal

Portugueses são dos que mais desvalorizam a vida política

Os portugueses são dos europeus que mais desvalorizam as questões políticas, revela um estudo, que aponta também um profundo desconhecimento dos jovens face à política. Segundo a avaliação, existe ainda um sentimento geral de insatisfação pela situação política em Portugal.

O estudo, a partir do qual o Presidente da República disse no dia 25 de Abril que existe um forte desinteresse dos jovens face à política e que levou o Chefe de Estado a pedir uma «reflexão séria» sobre o assunto, foi divulgado esta segunda-feira.

Segundo o estudo, os portugueses são pouco interessados pela vida política e, dentro da União Europeia, são dos que conferem menor importância às questões políticas.

Apesar de aparecerem como menos cépticos relativamente à vida política, os jovens surgem também como menos informados.

O director do Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CESOP) exemplificou que «50 por cento dos jovens» interrogados mostrou desconhecer se o actual governo goza de maioria absoluta.

«Não conseguiram fazer melhor do que se tivessem atirado uma moeda ao ar», acrescentou Pedro Magalhães, apontando esta situação como «preocupante».

No entanto, o director do CESOP desvalorizou o sentimento geral de insatisfação pelo estado da política em Portugal e da exigência de reformas radicais.

«É perfeitamente natural que os portugueses não estejam muito satisfeitos com o funcionamento do regime, porque vivemos, há uns anos, num ciclo económico negativo», logo «é natural que também a avaliação seja negativa», explicou.

O mesmo estudo constatou que os jovens votam menos, sendo que apenas metade dos inquiridos disse votar em todos os escrutínios.

Os jovens estão menos disponíveis para assistir a comícios, preferindo outras actividades que encaixem melhor no seu dia-a-dia, como assinar petições e boicotar ou preferir certos produtos por razões políticas ou de protecção do meio ambiente.

A avaliação em causa mostra ainda que os jovens não se identificam com a oferta partidária existente e nem se revêem nas categorias de esquerda e direita, apesar de tenderem para a direita.