Sociedade

"Não concordo que as assembleias do Sporting se transformem em pelourinhos para atacar sportinguistas"

Lisboa, 23/02/2018 - Decorreu hoje nos estádios da TSF a entrevista DN/TSF com Rogério Alves (Orlando Almeida / Global Imagens) Orlando Almeida/GlobalImagens

Rogério Alves diz em entrevista à TSF e ao DN que "há muitas coisas com as quais não concorda", como "julgamentos na Sporting tv".

Rogério Alves na Entrevista TSF/ DN deste domingo, para ouvir depois das 12h.

"Sou um adepto normal, apenas sou um adepto conhecido do Sporting porque já era muito conhecido como advogado e como bastonário da ordem quando exerci funções como presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting e da SAD do Sporting. Portanto, não sou D. Sebastião. O Sporting não está em processo eleitoral. Tem de serenar, acalmar e concentrar-se nos seus grandes objetivos: ganhar as competições futebolísticas (nas outras modalidades está a sair-se muitíssimo bem). Ganhar, especialmente o campeonato - passar este Rubicão -, seria espetacular e a família sportinguista merece isso. Aliás, eu costumo dizer, a brincar, que seria o grande consenso nacional: os sportinguistas ficariam felicíssimos, os benfiquistas ficariam contentes porque o FC Porto não tinha ganho e os do FC Porto ficavam contentes porque o Benfica não tinha ganho.

Identifica-se com o presidente do Sporting?

Há muitas coisas com as quais eu não concordo.

O que se passou na última Assembleia Geral envergonha-o enquanto sportinguista?

[Risos] Vocês são um perigo. Não, não me envergonha. Apenas não concordo. Não concordo que as assembleias gerais se transformem em pelourinho para atacar sportinguistas nem com julgamentos feitos na SportingTV a partir de listas de muito mau gosto. Mas a questão não é esta. Há os fenómenos e há os epifenómenos. Aquilo que acho que muitos sportinguistas pensam é que o atual presidente do Sporting, do ponto de vista objetivo, fez coisas muito boas para o clube. E, se calhar, algumas das suas características ajudaram a lograr alguns objetivos. O clube precisava de uma pequena terapia de choque. Eu critiquei a forma como foram propostas ações contra os antigos dirigentes do Sporting, numa auditoria em que também não foram ouvidos. Não concordei com o facto de ter sido proposta uma ação contra o Dr. José Eduardo Bettencourt, mas congratulei-me sobretudo porque foi retirada, acho que foi um ótimo passo em frente. E o que é que eu como adepto do Sporting tenho procurado dizer apesar desses epifenómenos (que até me envolveram)? Para mim, essas coisas nascem e morrem. O que fica é a consideração do essencial. Estamos a três anos das eleições, não estamos em processo eleitoral. Eu não sou candidato a coisa nenhuma.

Nem agora nem daqui a três anos?

Meu caro, daqui a três anos sei lá o que estarei a fazer. Posso ser advogado, reformado, presidente da câmara...

Faz parte do seu sonho ser presidente do Sporting?

Não, não faz. Aliás essa questão já se colocou quando terminaram os mandatos do Dr. Filipe Soares Franco e do Dr. José Eduardo Bettencourt: é sempre um desassossego quando abre um processo eleitoral. O que desejo é que esteja lá sempre uma ótima equipa diretiva para eu, como adepto, ver o Sporting ganhar. Gostava de deixar isto claro, porque não está mesmo no meu horizonte. As pessoas que me acompanham sabem que não está. Portanto não vale a pena argumentar com uma inexistência.

"Nem que Cristo desça à Terra"?

[Risos] Porque é que havemos de fazer compromissos a 10 anos ou 20 anos ou a três anos? Perguntam-me assim: "Então não quer ir para a política?" Sei lá. Então não diziam também que eu podia ser candidato a presidente da Câmara de Lisboa?

Consta até que foi convidado.

Até consta, veja bem, mas não me viu concorrer. Eu estou muito seguro do meu trilho da advocacia, gosto muito do que faço. É uma vantagem.

Rogério Alves na Entrevista TSF/ DN deste domingo, para ouvir depois das 12h.

Redação