Os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovaram no sábado, por unanimidade, uma resolução que impõe, "sem demora", um cessar-fogo humanitário de um mês na Síria.
A Turquia saudou hoje a resolução das Nações Unidas que aprovou uma trégua de 30 dias na Síria, mas sublinhou que vai prosseguir com as operações contra grupos que considera terroristas.
Os 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovaram no sábado, por unanimidade, uma resolução que impõe, "sem demora", um cessar-fogo humanitário de um mês na Síria, após a morte de 500 civis, entre os quais uma centena de crianças, em sete dias de confrontos em Ghouta Oriental, entre as forças do regime sírio e fações rebeldes.
"Felicitamos a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em resposta à deterioração da situação humanitária em toda a Síria, em particular em Ghouta Oriental", informa o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, em comunicado.
O Governo de Ancara realça, simultaneamente, que continua decidido a "combater as organizações terroristas que ameaçam a integridade territorial e política da Síria".
Após intensas negociações, nomeadamente com a Rússia (aliado tradicional da Síria), a resolução impulsionada por Suécia e Kuwait foi aprovada, exigindo "que todas as partes cessem as hostilidades na Síria, sem demora, pelo menos durante 30 dias consecutivos para uma pausa humanitária duradoura". O objetivo é "permitir a entrega regular de ajuda humanitária, serviços e a retirada de doentes e de feridos mais graves".
Sem se referir diretamente à resolução das Nações Unidas, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou hoje que não cumprirá qualquer trégua na ofensiva levada a cabo no enclave sírio de Afrine, que "continuará até que o último terrorista seja eliminado".
Segundo Erdogan, mais de dois mil "terroristas" já foram mortos pelo exército turco no decurso da operação em Afrine, desencadeada em 20 de janeiro, com o apoio de rebeldes sírios, para expulsar do enclave a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), considerada "terrorista" por Ancara.
Um alto responsável turco não identificado pela televisão nacional NTV frisou que, como se trata de "uma operação contra o terrorismo, essa decisão [das Nações Unidas] não terá qualquer impacto" na região de Afrine.
Por seu lado, a milícia curda YPG afirmou, em comunicado, estar disposta a interromper as operações militares, salvo as dirigidas ao Estado Islâmico, para facilitar a entrada de ajuda humanitária na região, mas reservando-se "o direito de ripostar (...) em caso de uma qualquer agressão do exército turco".