O nome não engana, mas para os lados do lisboeta Alto do Pina há mais para saborear, lampreia incluída, que o icónico e suculento prato da gastronomia nacional.
Há restaurantes cujo nome desperta curiosidade, acrescida se estiver relacionado com uma especialidade, um prato icónico da nossa rica e tão diversificada gastronomia ou qualquer outra iguaria.
Em Lisboa, longe do fervilhante centro, mais concretamente no Alto do Pina, o restaurante Zé do Cozido deixa imaginar, de imediato, uma cozinha bem portuguesa, assente no receituário tradicional. A tal comidinha caseira, de que tanto se gosta, saborosa, feita com bons produtos.
Há sete anos aquele espaço sofreu transformação com a mudança do paradigma da casa: até então apenas servia almoços, num registo bem diferente do que é hoje o restaurante liderado, nos fogões, por um jovem que herdou da mãe os dotes culinários, aprimorados noutras latitudes e ambientes.
Dessa experiência acumulada resultou a aplicação de conceitos modernos, em especial no capítulo de empratamento, mais sugestivo.
Mudou quase tudo, menos o nome do restaurante, alvo de melhorias, que tornaram o espaço mais acolhedor e confortável.
Nas entradas, perfilam-se a morcela da Beira e o presunto pata negra, a par de vários tipos de queijo.
Noutro capítulo, com propostas mais substanciais, o cozido, prato emblemático da casa, também continua a figurar no lote das especialidades, embora surja na ementa só à 5.ª feira e ao 1.º e 3.º domingos de cada mês.
Carnes, enchidos e legumes de boa qualidade bem cozinhados a justificarem o nome da casa.
A carne na pedra - naco de lombo ou da vazia - é um dos destaques da lista, em que pontificam vários tipos de arroz: de gambas com amêijoas ou de tamboril.
Espetada de garoupa com gambas e polvo à lagareiro diversificam o leque de escolhas, mais alargado nas carnes, com as espetadas - de lombo de porco preto com migas ou de vitela - e com o bife à Zé do Cozido, com presunto a dar uma nota distintiva.
Na lista podem ainda figurar o cabrito assado no forno, acompanhado com o tradicional arroz de miúdos e esparregado; feijoada de javali ou bacalhau com broa.
Em plena época da lampreia, o ciclóstomo é atração para os apreciadores: em arroz ou à bordalesa, é servido em doses para duas ou quatro pessoas.
Doçaria da casa com boa confeção. Garrafeira de bom nível e vinho a copo. Serviço simpático no Zé do Cozido, em Lisboa.
Onde fica:
Localização: R. José Acúrcio das Neves 3, 1900-221 Lisboa (Alto do Pina)
Telef.: 21 849 60 48