A chuva que ocorreu nos dois últimos dias não deixa descansado o secretário de Estado do Ambiente.
A água que tem caído pode até ajudar a encher as albufeiras, mas o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, salienta que o pior se prende com os aquíferos, que estão a níveis "de que não há memória".
"O nosso panorama é muito mais complicado a nível de águas subterrâneas. Temos um território todo, todo, todo coberto por uma situação que é talvez das mais gravosas da história desde que há registos sobre o controle" dessas águas, garante o secretário de Estado do Ambiente.
"Estamos muitos preocupados", enfatiza o governante, explicando a água que cai agora vai demorar muito a infiltrar-se no solo, pelo que seria preciso chover durante muito mais tempo e moderadamente.
No encontro "Desafios da Água", uma iniciativa organizada pela empresa Águas do Algarve, em Albufeira, que reúne especialistas na matéria, o secretário de Estado anunciou que incumbiu a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de conceber uma estratégia nacional para a reutilização das águas residuais das ETAR.
O Governo quer ter concluído, até ao final deste ano, um plano para que nos próximos cinco anos pelo menos 10% do caudal dessas ETAR. Dentro de sete anos, o Goverbo espera reutilizar cerca de 20% destas águas.
Neste momento, só 1,5% a 2% da água das ETAR é reutilizada, em Portugal.
O Governo pretende que esta água seja aplicada na rega, na lavagem urbana e, no limite, pode ser até incorporada na recarga de aquíferos.