economia

Jerónimo preocupado com «promiscuidade» de poderes

O líder do PCP considerou esta quinta-feira «profundamente inquietante» a situação de «promiscuidade entre os poderes político e económico» na banca portuguesa e acusou PS e PSD, «o centrão», de quererem «tachos».

«O problema é a partidarização de lugares na procura daquilo que o nosso povo define, com uma grande rudeza, e que é: afinal este 'centrão' quer é tacho», afirmou Jerónimo de Sousa aos jornalistas no final de uma reunião com União das Associações de Comércio e Serviços (UACS), em Lisboa.

O secretário-geral comunista contesta que o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Carlos Santos Ferreira, e dois administradores, se transfiram para o maior banco privado português, o BCP, levando «toda a estratégia da CGD para 2008».

«É profundamente inquietante esta promiscuidade entre o poder político e o poder económico», declarou Jerónimo de Sousa.

Jerónimo de Sousa criticou os dois principais partidos, mas em especial o PSD, por «virem a público regatear e ratear lugares em instituições públicas», perante «a passividade do Banco de Portugal e do Governo».

«O resultado para a democracia será péssimo», disse.

«Sabíamos que desde o tempo do Bloco Central que existia um acordo escondido [entre o PS e o PSD] para a partilha de lugares, mas chegámos a esta situação de virem a público regatear e ratear lugares», acrescentou.

O presidente do Conselho de Administração da CGD, Carlos Santos Ferreira, apresentou esta quinta-feira a renúncia ao cargo, anunciou a instituição financeira, ficando assim formalmente disponível para se candidatar à presidência do BCP.