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Candidatura de Santos Ferreira situação de «quarto mundo», diz Menezes

O presidente do PSD considera de «quarto mundo» a candidatura de Santos Ferreira e de mais dois administradores da CGD ao BCP. No Funchal, Luís Filipe Menezes criticou o «tratamento discricionário» do Governo à Madeira.

O presidente do PSD considerou ser de «quarto mundo» a candidatura de Santos Ferreira e de mais dois administradores da Caixa Geral de Depósitos à liderança do BCP, um banco privado «rival» à CGD.

«Independentemente de serem os accionistas a tomarem as decisões, é bizarro que, numa economia de mercado escorreita que dois dos principais responsáveis marcados politicamente de uma instituição financeira estatal que lidera o mercado, passem para o banco rival no mesmo dia», afirmou Luís Filipe Menezes.

No Funchal, onde se encontrou com o presidente da câmara local, Miguel Albuquerque, Menezes defendeu inclusivamente que «deveriam existir regras que impedissem que isso acontecesse».

O líder social-democrata lembrou que «essas personalidades, independentemente do seu valor técnico, mas muito marcadas politicamente, levam atrás de si carteiras de clientes, 'know how' estratégico, algo de inaceitável do ponto de vista da concorrência».

Menezes aproveitou ainda para comentar algumas declarações feitas contra si a propósito das suas opiniões sobre a questão da liderança do BCP e da CGD, considerando que nunca assistiu a este tipo de declarações nos últimos 30 anos.

O presidente do PSD entende que essas declarações foram «do ponto de vista da má educação, insulto, insolência e de arrogância intolerável numa democracia em que todos nos devemos respeitar uns aos outros».

Sobre a nomeação de Faria de Oliveira, Menezes recordou que «em Portugal, com a superintendência do sistema financeiro do Banco de Portugal e com um banco público com o peso que tem a CGD, há uma tradição a ser respeitada que é haver, pelo menos do ponto de vista simbólico, um equilíbrio de poderes entre estas duas instituições».

Para além destas declarações, Menezes assinalou ainda o «tratamento discricionário, injustíssimo e persecutório do Governo da República em relação à Região no que diz respeito a transferências orçamentais e opções de investimento».

O presidente social-democrata aludia ao facto de o Governo ter prejudicado a Madeira em relação aos Açores neste particular «em mais de 200 milhões de euros», apenas nos «últimos tempos».

«Parece que o engenheiro Sócrates não digeriu a derrota humilhante que teve há meses atrás e que quer continuar esta saga de perseguição à Região, que é absolutamente lamentável e tem que ter o nosso mais veemente protesto».

Menezes explicou ainda que vai continuar a «apelar ao Presidente da República» para que sejam normalizadas as relações institucionais entre a Madeira e a República, isto depois de Cavaco Silva ter procurado um «apaziguamento e uma aproximação» nesta «querela política grave».