Miguel Cadilhe classificou a lista que apresentou ao Conselho de Administração Executivo do BCP como um «protesto» contra os últimos acontecimentos que envolveram o banco. À RTP, este ex-ministro das Finanças frisou ainda que não gostou do comportamento do Banco de Portugal.
Miguel Cadilhe considerou que a lista que apresentou, este domingo, ao Conselho de Administração Executivo do BCP é um «protesto», mas também é uma lista que «quer apostar no futuro do banco».
Em declarações à RTP, o ex-ministro das Finanças considerou que «tudo o que se passado é inqualificável», o que justifica, na sua opinião, um «exercício do direito à indignação».
«No maior banco privado português e numa das maiores sociedades cotadas, que é o BCP, houve uma interferência política que acho, a todos os títulos, ser muito pouco admissível», acrescentou.
Para Cadilhe, «os accionistas têm o direito e o dever de dizer basta e de exercer os seus poderes de accionista com total liberdade e pensando precisamente na criação de valor para o BCP».
O antigo ministro e ex-administrador do BCP classificou ainda de «deplorável» a candidatura de Santos Ferreira à presidência do maior banco privado português, uma situação que sublinhou «ter sido permitida por várias entidades».
«Acho que o Banco de Portugal aqui não esteve bem. Falei com o governador do Banco de Portugal na sexta-feira. Disse-lhe isto e disse-lhe também que o Banco de Portugal não podia assistir a esta escalada que é visível na comunicação social sem dar uma palavra porque quem cala consente nestas circunstâncias», explicou.
Cadilhe acrescentou ainda que disse a Vítor Constâncio que «a estabilidade do sistema bancário português, a credibilidade e a confiança passam por outro comportamento do Banco de Portugal».
O ex-ministro das Finanças confirmou ainda que a sua lista vai incluir os nomes de António Bagão Félix, Alexandre Bastos Gomes, Rui Horta e Costa, João Carvalho das Neves, Meira Fernandes e Carlos Alcobia.