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Portugal «quase mordomo» das grandes potências, diz Jerónimo

O secretário-geral do PCP entende que o primeiro-ministro tornou Portugal num «quase mordomo» das grandes potências com a Presidência Portuguesa da UE. Jerónimo de Sousa acrescentou que é preciso uma «busca muito esforçada» para encontrar algo de positivo nesta presidência.

O secretário-geral do PCP considerou que o primeiro-ministro transformou Portugal num «quase mordomo» dos interesses das grandes potências durante a Presidência Portuguesa da União Europeia.

No final de uma reunião do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa explicou ainda que é preciso fazer uma «busca muito esforçada» para encontrar algo de positivo deste presidência.

«Portugal perde peso na União Europeia: menos deputados, menos um comissário, menos poder de decisão, remetendo-se aos cerca de dois por cento de peso nesta União Europeia», lembrou.

Por isso, Jerónimo de Sousa apelou a um «grande debate nacional sobre o que se ganhou e perdeu», tendo o líder comunista frisado ainda as questões económicas, nomeadamente a do Banco Central Europeu, a da Política Agrícola Comum e a do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

O líder comunista apontou o dedo em particular ao Tratado Reformador, assinado durante a Presidência Portuguesa, ao considerar que foi «aprovado com base numa agenda determinada e decidida pela Alemanha».

«Esse tratado em si mesmo tem um significado incontornável. Vai decidir muito da vida e do futuro de Portugal e dos portugueses no plano, designadamente, da defesa da nossa soberania», recordou.

Jerónimo de Sousa classificou ainda o documento que foi assinado na quinta-feira como uma «versão maquilhada do anterior projecto de Constituição Europeia», o que, na sua opinião, justifica o pedido dos comunistas por um referendo.

O secretário-geral do PCP esclareceu ainda que para o Comité Central do partido este tratado é «altamente gravoso para o país e para a Europa e consolida o federalismo e o domínio das grandes potências, o neoliberalismo nas orientações económicas e sociais e o militarismo atrelado à NATO e as imperialismo norte-americano».

Na reunião do Comité Central do PCP, que terminou este sábado, foram definidas as principais áreas de acção do partido para 2008, bem como o agendamento do XVIII Congresso do partido, que será realizado entre 29 de Novembro e 1 de Dezembro de 2008.