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PSD quer ouvir Vítor Constâncio e Teixeira dos Santos sobre BCP

A forma como a CMVM e o Banco de Portugal se comportaram relativamente a alegadas irregularidades no BCP levantam muitas dúvidas ao PSD que, por isso, vai pedir com urgência audições parlamentares de Vítor Constâncio, e do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.

Em conferência de imprensa, na sede do partido, o vice-presidente do PSD Rui Gomes da Silva referiu que as operações de crédito do BCP agora consideradas «à margem das leis» ocorreram em 2004.

Para o PSD poderá ter havido na altura «total incompetência de quem fez a análise desses mesmos factos» ou estes poderão ter sido omitidos, «o que é grave».

Em 2004 Vítor Constâncio já era governador do Banco de Portugal e Teixeira dos Santos era presidente da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM), assinalou Rui Gomes da Silva.

O PSD vai questioná-los «sobre a evidente passividade destas duas instituições na averiguação dos factos de 2004» e quer um «cabal esclarecimento das respectivas responsabilidades nos factos alegadamente ilícitos praticados pela administração do BCP, designadamente em 2004, e que terão sido do seu conhecimento», acrescentou.

«Tanto no Banco de Portugal como na CMVM existiram factos, inquéritos, processos que depois foram arquivados. Terá que ter havido alguma razão para esse arquivamento: Ou sabiam dos factos e isso é grave ou não sabiam e então houve má leitura e total incompetência de quem fez a análise desses mesmos factos», advogou Rui Gomes da Silva.

Sobre os rumores que apontam Manuel Pinho como substituto de Santos Ferreira na presidência da CGD, Rui Gomes da Silva diz que o PSD não vai aceitar essa solução.

«Não queremos acreditar nessa solução, que iria ao arrepio daquilo que tem sido a prática dos governos desde o 25 de Abril [nomear para presidentes da CGD membros da oposição] e iria concentrar de forma abusiva o poder político e económico», salientou, apontando a possível nomeação de Eduardo Catroga como «um bom passo».