O ministro da Defesa, Severiano Teixeira, que está de visita às tropas portuguesas no Afeganistão realçou, este sábado, que o país precisa que a comunidade internacional aposta não só na questão da segurança, mas também em outras dimensões, em especial a criação de alternativas económicas.
Nesta segunda visita às tropas portuguesas integradas na Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF) o ministro da Defesa, acompanhado do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Valença Pinto, foi recebido pelo presidente Karzai e pelo ministro da Defesa afegão Raheem Wardak.
O governante português saiu muito satisfeito dos encontros com os responsáveis políticos afegãos, desde logo pelo elogio que fizeram do desempenho dos militares portugueses.
«O presidente Karzai pediu-me expressamente que agradecesse pessoalmente aos militares portugueses a sua contribuição para a estabilização do Afeganistão», disse Nuno Severiano Teixeira numa pequena intervenção junto dos mais de 150 militares em formatura.
O combate ao terrorismo foi um dos temas essenciais da conversa, mas também se falou da necessidade de empenhamento da comunidade internacional noutras componentes que não apenas a de segurança.
«É importante a questão da segurança, mas há muito a fazer também em relação às instituições do Estado, o sistema judicial, a formação da Polícia e do Exército e ainda a criação de alternativas para a economia afegã», disse à Lusa o ministro depois do encontro.
«É preciso que a comunidade internacional também se empenhe na reconstrução e no desenvolvimento económico e social do país», disse o ministro, que conversou com Karzai também na qualidade de responsável da Defesa da UE, nestes últimos dias de presidência portuguesa.
A instabilidade criada no Paquistão com a morte da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto foi também tema de conversa, tendo sido realçada a necessidade de uma boa relação entre os dois estados, e tendo ambos manifestado o desejo de que esta instabilidade não venha a afectar essa boa relação.
De referir que os afegãos obtêm quase tudo o que consomem através de ligações comerciais com o Paquistão, pelo que já se fez sentir nos preços dos produtos a instabilidade do país vizinho e há grandes receios que a situação se descontrole.
No entanto, em relação à situação militar, o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Valença Pinto explicou à Lusa que esta instabilidade se se fizer sentir no Afeganistão, «não será no imediato», não havendo por isso razão para preocupações especiais em relação aos militares portugueses integrados na ISAF.