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UE ameaça boicotar próxima cimeira se EUA não cederem

A União Europeia, desesperada com a inflexibilidade dos EUA, ameaça boicotar a próxima reunião sobre o clima prevista para decorrer no Havai. Esta sexta-feira, dia em que estava previsto terminar a convenção das Nações Unidas em Bali, ainda não há ainda fumo branco: Washington continua a rejeitar qualquer compromisso para a redução de gases poluentes.

Nunes Correia, o ministro do Ambiente, confirmou à TSF que os trabalhos em Bali, sobre alterações climáticas, que deviam terminar esta sexta-feira vão prolongar-se pela madrugada de sábado, numa tentativa de alcançar um acordo sobre a emissão de gases com efeito estufa.

Em declarações à TSF, o ministro disse que, nas últimas horas, houve uma aproximação para o reconhecimento da necessidade de existirem metas.

O problema agora é a fixação de valores. «A questão é saber se esses valores vão ser definidos nas próximas horas ou deve ficar apenas reconhecida essa necessidade, porque devo recordar que Bali é apenas um processo com várias etapas até 2009».

Nunes Correia sublinhou que todos os países reconhecem «que é necessário desenvolver esse processo, reduzir as emissões, o problema é definir o grau de compromisso».

A União Europeia propõe uma redução de CO2 entre 25 e 40 por cento ate 2020, mas os EUA recusam assinar este compromisso.

«Os Estados Unidos, há uns meses atrás, iniciaram um processo paralelo a este das Nações Unidas, chamado Major Economy, onde a UE participou sempre sublinhando que esse processo devia convergir com o processo de Bali», disse Nunes Correia.

O ministro explicou que, se os EUA continuarem a divergir do processo da ONU, a União Europeia poderá abandonar o projecto norte-americano de discussão do Ambiente.

Francisco Ferreira, da Quercus, que participa na cimeira de Bali, confirma que «tem havido uma contradição enorme entre a União Europeia e países como os EUA».

Os norte-americanos «colocaram em cima da mesa uma proposta para a continuação do protocolo de Quioto sem metas de redução obrigatórias para os países desenvolvidos, e esse quadro e completamente inaceitável».

Redação