As autoridades portuguesas já capturaram todas as 23 pessoas de origem africana detectadas hoje ao largo do Algarve e classificaram o ocorrido como tendo «carácter excepcional».
No total foram resgatados 23 imigrantes clandestinos. A Governadora Civil de Faro, Isilda Gomes, adiantou que as operações correram bem.
«Foram accionados todos os meios necessários e estiveram presentes todas as entidades para dar a competente resposta. Correu tudo muitíssimo bem, neste momento a situação está ultrapassada e portanto não há nada de anormal a referir», disse Isilda Gomes, em conferência de imprensa.
A responsável negou também as informações que davam conta que quatro clandestinos estariam em fuga na ilha da Culatra, Ria Formosa.
Os 18 homens e cinco mulheres, com idades entre os 25 e os 30 anos, foram localizados ao final da manhã de hoje, próximo daquela ilha, a bordo de um pequeno barco de madeira a motor.
Segundo as autoridades, o caso, o primeiro do género registado na costa portuguesa, é de «carácter excepcional» e nada leva a crer que o Algarve «seja uma zona de risco», nas palavras do director regional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras José Van der Kellen.
Alguns dos imigrantes continuam a receber assistência médica por parte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e dois deles foram transportados para o Hospital de Faro, com sinais de hipotermia.
«Tudo indica que Portugal não fosse o destino objectivado», referiu Van der Kellen, explicando que terá havido algum contratempo na travessia que levou os imigrantes ilegais a alcançar a costa portuguesa. Julga-se que o objectivo destas pessoas era chegar a Espanha.
«Agora vamos ter questões jurídicas a tratar. As pessoas em causa tentaram entrar em território nacional de forma ilegal. Essas questões vão ser todas traduzidas num auto que será transmitido às entidades competentes e amanhã serão presentes ao tribunal judicial da zona», acrescentou.
Os 23 imigrantes vão passar a noite nas instalações do SEF no aeroporto de Faro.
Ao início da noite, um helicóptero sobrevoou a zona da ilha da Culatra para garantir que não haveria mais nenhum imigrante por localizar, uma vez que eles não estavam todos juntos.
As autoridades vão manter-se no terreno para vigilância, numa operação coordenada pela Polícia Marítima e SEF, que conta também com as câmaras de Faro e Olhão, Governo Civil de Faro, INEN e Protecção Civil.
O alerta foi dado ao início da tarde, por um morador da ilha da Culatra, que avistou uma pequena embarcação encalhada.