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Imigrantes foram deixados à deriva por dono do barco

Os 23 imigrantes que alcançaram, segunda-feira, o Algarve partiram de Marrocos e foram deixados à deriva pelo dono da embarcação quando se aproximavam de terra, disse o tradutor.

Segundo fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), dois Juízes de Instrução Criminal (JIC) do Tribunal de Faro já começaram, esta manhã, a inquirir quinze dos 23 cidadãos e contam ouvir ainda hoje mais cinco.

Três dos imigrantes permanecem em observação no Hospital de Faro.

De acordo com fonte hospitalar, o estado de saúde das três pessoas que permanecem internadas e que estão a fazer tratamentos para combater a desidratação «não é preocupante» e a alta está prevista para quarta-feira.

Os 23 cidadãos de origem africana que foram detectados segunda-feira junto à Ilha da Culatra partiram de Kenetra, a 40 quilómetros de Rabat, Marrocos, e terão viajado durante cerca de quatro dias até alcançar o Algarve numa pequena embarcação a motor.

Segundo o tradutor, no início, a viagem estava a ser negociada com 30 pessoas, mas algumas tiveram que ser excluídas devido às pequenas dimensões da embarcação, sendo que cada imigrante pagou entre 300 a 1.000 euros para fazer a travessia.

Ao segundo dia de navegação, esgotaram-se os mantimentos e o dono da embarcação pediu apoio por telefone e duas lanchas tripuladas por seis pessoas foram ao encontro do barco para os abastecer de água, combustível e alimentos.

De acordo com o tradutor que está a colaborar com o SEF neste processo, Mohamed Moctar, os imigrantes alegam que as lanchas que prestaram apoio à embarcação estavam carregadas com droga.

Quando o barco com os imigrantes se aproximou da costa algarvia, o dono fez novo telefonema e foi levado por uma lancha, deixando os imigrantes no mar.

Redação