O primeiro-ministro, José Sócrates, passou ao lado do protesto dos moradores de Alfama que temem perder três carreiras de autocarros e afirmou estar «muito satisfeito» com a inauguração das estações de Metro do Terreiro do Paço e Santa Apolónia. O presidente da Carris diz que apenas vão ser feitos ajustes nos trajectos.
A população de Alfama aproveitou a presença de José Sócrates, António Costa e Mário Lino, esta manhã, na inauguração do prolongamento da linha azul do Metro, para protestar contra a redução de três carreiras de autocarros.
O presidente da Carris, José Silva Rodrigues, diz que apenas vão ser feitos ajustes: «Hoje é dia de festa para o Metro e aquilo que podemos dizer é que não há cortes nenhuns de carreiras. Há um ajustamento da rede em consequência deste prolongamento da linha azul».
O presidente da Câmara de Lisboa barrado à entrada para a nova estação em Santa Apolónia ouviu os protestos.
«Alfama diz não ao corte das carreiras», gritaram os populares.
António Costa ainda parou para falar com os moradores deste bairro, mas apenas por alguns segundos.
Ao contrário, José Sócrates passou completamente ao lado desta situação. O primeiro-ministro destacou a importância da inauguração de hoje, dizendo que «está muito satisfeito» e «as estações estão lindíssimas».
O primeiro-ministro considerou também que esta é uma obra de vital importância para os lisboetas.
«Mas o mais importante nesta obra foi acabá-la, foi essa a prioridade que transmiti ao ministro das Obras Públicas mal cheguei ao Governo», adiantou.
Sócrates não escondeu, no entanto, que houve uma derrapagem financeira nesta obra como toda a gente já sabia, mas salientou que não é da responsabilidade do actual executivo.
«É verdade que houve uma derrapagem. Quando cheguei ao Governo já existia. A primeira solução do túnel acabou por ter um problema e um diálogo que era inesperado o que conduziu à necessidade de construir uma nova solução técnica que custou mais dinheiro, mas repito isso é antes do meu tempo», disse o chefe de Governo.
Também o presidente do Metro de Lisboa, Joaquim Reis, faz questão de garantir total segurança desta obra que classificou de «exemplar».
O responsável afirmou mesmo que seria capaz de dormir no túnel do Terreiro do Paço.
«É uma obra segura, preparada para um sismo razoável, de grande magnitude», adiantou Joaquim Reis.
Para celebrar a extensão da Linha Azul todos os bilhetes do Metro, esta quarta-feira, são gratuitos.