O presidente do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana admite a existência de falhas no programa Porta 65 de apoio ao arrendamento jovem. As candidaturas ao programa foram prolongadas até ao dia 28 de Dezembro. Nuno Vasconcelos diz que ainda é cedo para fazer um balanço mas admite que os números das tabelas estão desajustados da realidade.
O presidente do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana admite a existência de falhas no programa Porta 65 de apoio ao arrendamento jovem, nomeadamente no que toca a um desfasamento entre os valores do programa e a realidade.
As tabelas com os limites máximos de rendas forma elaboradas a partir de dados do INE e de algumas imobiliárias. No caso dos T1, só pode pedir subsídio quem encontrar rendas até 340 euros por mês, no caso de Lisboa, um valor que desce para 220 euros no Porto e para 150 euros em alguns concelhos do país.
Ouvido pela TSF, o presidente do Instituto de Reabilitação urbana reconhece a dificuldade em encontra no mercado imóveis com estas rendas. Quando falta uma semana para terminar a primeira fase de candidaturas ao Porta 65 (até 28 de Dezembro), Nuno Vasconcelos reconhece que o objectivo do programa dificilmente será alcançado.
«Estávamos a prever que pudessem ser apoiadas 5 a 6 mil pessoas e, pela análise, dos primeiros resultados estamos em crer que não se atinge esse objectivo», adiantou.
Nuno Vasconcelos não quis adiantar quantas candidaturas foram recebidas até ao momento mas, perante o cenário, lembra a promessa do Governo e admite uma revisão do programa.
«Temos de verificar se, efectivamente, o que foi proposta se enquadra com a realidade e, nas palavras do secretário de Estado, o Governo estará disponível para analisar toda esta situação e, caso se verifique que estes valores não são os mais adequados, admite rever», explicou.
O programa Porta 65, o novo programa de incentivo ao arrendamento jovem terminava esta quinta-feira mas foi prolongado por mais uma semana.
O movimento Porta 65 Fechada, que contesta os critérios do programa organiza esta quinta-feira três acções de protesto em Lisboa, Porto e Coimbra.
Ouvido pela TSF, João Cleto, daquele movimento, explica que as novas regras «afastam a maioria dos jovens do arrendamento jovem». «São rendas que estão muito abaixo do valor real, ninguém consegue casas em condições dignas que respeitem aqueles valores, a introdução de taxas de esforço que afastam os jovens com mais baixo rendimento», reforçou.