A Redes Energéticas Nacionais (REN) vai «tentar negociar» com a Câmara de Almada a colocação de postes de muito alta tensão nos locais previstos no traçado inicial. A revelação foi feita pelo director-coordenador da empresa.
O responsável, Artur Lourenço, reagia assim, à decisão da Assembleia Municipal de Almada, que hoje de madrugada aprovou por unanimidade uma decisão de não afectar terrenos de domínio público municipal à REN.
O texto remete ainda para a Câmara Municipal de Almada o acompanhamento de procedimentos, iniciativas e acções no sentido do cumprimento da deliberação sobre o uso das parcelas de terreno «recorrendo, se necessário, aos tribunais».
Artur Lourenço sublinhou que o traçado alternativo pretendido pela autarquia de Almada, que passava pela Auto-Estrada 2 e pelo Itinerário Complementar 2, «é completamente impossível de cumprir pela REN, além de que iria afectar muito mais população».
«O traçado alternativo da Câmara de Almada é completamente impossível de cumprir», frisou, alegando ainda que a decisão da Assembleia Municipal de Almada vai «apenas afectar a colocação de oito dos 14 postes».
Acrescentou que apesar de a REN estar na posse de uma licença que lhe permite avançar com a obra, «não o vai fazer sem negociar com a autarquia local».
A linha de muito alta tensão em causa no concelho de Almada diz respeito à ligação entre as subestações de Fernão Ferro, Seixal, Trafaria e Almada, num traçado que prevê a colocação de 86 postes, 46 dos quais nas freguesias da Caparica, Charneca de Caparica e Trafaria.
A decisão da Assembleia Municipal de Almada alerta ainda para os riscos que os postes de muito alta tensão causam na saúde pública das populações, os impactos negativos no ambiente urbano e a inevitável desvalorização patrimonial
dos bens imóveis.