Contrariando o desmentido feito esta sexta-feira à noite pela Procuradoria-geral da República, a advogada Fátima Castro reafirma que vários dos 11 detidos no âmbito da investigação sobre os homicídios na noite do Porto foram inicialmente indiciados do crime de terrorismo.
Fátima Castro, advogada de dois dos 11 detidos domingo passado pela PJ do Porto, no âmbito da operação "Noite Branca", de investigação aos vários homicídios ocorridos nos últimos meses na área do Porto e relacionados com o submundo da noite, desmente o desmentido da PGR.
«Seria grave que eu tivesse na altura referido o indício do crime de terrorismo atribuído a alguns dos detidos sem uma prova documental», adiantou a causídica, em declarações à agência Lusa.
Quando questionada por quem foram validados os mandados de detenção, Fátima Castro disse: «Não sei, a assinatura é ilegível».
Fátima Castro tinha afirmado que a generalidade dos suspeitos detidos na operação "Noite Branca" entraram no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto indiciados de integrarem um grupo terrorista.
Fátima Castro disse então aos jornalistas que essa indiciação lhe parecia «exagerada».
A causídica reafirmou hoje essa declaração, adiantando que outros advogados lhe garantiram que os mandados de detenção dos seus clientes também inscrevem o indício de terrorismo.
Ao início da noite desta sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) garantiu que nenhum dos 11 detidos no âmbito da investigação sobre os homicídios na noite do Porto foi indiciado do crime de terrorismo pelo Ministério Público, ao contrário do que avançou a advogada Fátima Castro.
«A procuradora Helena Fazenda qualificou os factos indiciados como integrando associação criminosa, crimes de homicídio na forma consumada e na forma tentada, crimes de detenção de arma proibida e, relativamente a alguns dos arguidos, crimes de tráfico de droga», disse à agência Lusa uma fonte da PGR.
A magistrada Maria Helena Fazenda foi nomeada pelo Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, para chefiar uma equipa especial para coordenar as investigações sobre os crimes ocorridos nos últimos meses na área do Porto e relacionados com o submundo da noite.
«O Ministério Público, no âmbito desta coordenação, não qualificou qualquer comportamento como crime de terrorismo», concluiu a fonte da Procuradoria-Geral da República, apesar de a advogada Fátima Castro reafirmar o contrário.