A Câmara do Porto culpou, esta quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) pela falta de um acordo que permitisse evitar a greve na recolha do lixo, convocada para 31 de Dezembro e 01 e 02 de Janeiro.
«Os representantes do STAL mostraram-se inflexíveis no propósito de avançar com a greve à recolha do lixo», refere um comunicado da autarquia enviado à Lusa.
O documento foi divulgado no final de uma reunião, hoje realizada entre Álvaro Castelo-Branco, vice-presidente e vereador do pelouro do Ambiente na Câmara do Porto, e representantes do STAL, na sequência de um outro encontro realizado sexta-feira.
A greve, segundo a autarquia, visa protestar contra a elaboração do mapa de turnos, que prevê o trabalho ao fim-de-semana.
As reuniões entre a Câmara do Porto e o STAL não só não permitiram um acordo que conduzisse à desconvocação da greve, como também não levaram a um entendimento sobre os serviços mínimos que deverão ser assegurados durante os dias de greve.
Nesse sentido, a autarquia já informou o Ministério do Trabalho, a quem compete agora fixar os serviços mínimos que devem ser cumpridos.
Na origem desta greve está a decisão da Câmara do Porto de elaborar um mapa de turnos que assegure a recolha de lixo aos fins-de-semana, evitando a sua acumulação nas ruas.
Recentemente, a quantidade de lixo acumulada nas ruas do Porto foi alvo de várias denúncias, alegando que estava a comprometer a imagem da cidade.
Contactado pela Lusa, João Avelino, do STAL, frisou que a greve foi convocada para «manifestar desacordo com as frequentes alterações ao horário de trabalho» que implica o novo mapa de turnos que a autarquia pretende implementar.
«As pessoas têm as suas vidas organizadas e não podem estar sempre a mudar de horário», frisou o sindicalista, assegurando que o protesto dos trabalhadores «não é contra o trabalho ao fim-de-semana mas contra as mudanças frequentes de horário».
João Avelino salientou ainda que o sindicato não chegou a acordo com a autarquia relativamente aos serviços mínimos por considerar que a proposta apresentada pela Câmara do Porto «era manifestamente exagerada».
Os trabalhadores da recolha do lixo vão estar em greve no dia 31 de Dezembro, cumprindo depois uma greve às horas extraordinárias entre as 00:00 de 01 de Janeiro e as 04:00 de 02 de Janeiro.