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Aumento dos preços tem sido suave em Portugal, dizem petrolíferas

A associação das petrolíferas afirmou que os aumentos nos preços dos combustíveis têm sido brandos em Portugal. Já António Vitorino alertou que o estudo da Autoridade da Concorrência sobre uma eventual cartelização dos preços está a demorar muito tempo.

O presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APEP) disse, no programa "Prós e Contras" da RTP de segunda-feira, dia em que registou mais uma subida no custo do gasóleo, que os aumentos nos preços dos combustíveis até têm sido suaves em Portugal.

«Aquilo que Portugal tem aumentado no que diz respeito às gasolinas e aos gasóleos está aquém» dos aumentos registados «nos mercados internacionais, seja a gasolina, seja o gasóleo no mercado dos refinados, seja o crude no mercado do crude», disse.

José Horta sublinhou que «em tudo aquilo que a indústria faz é transparente» e adiantou que existem «diversíssimos sites ao dispor de toda a gente para consultar» e comprovar esta transparência.

Estas declarações surgiram no mesmo dia em que o ministro da Economia, Manuel Pinho, se mostrou preocupado com os sucessivos aumentos e adiantou que no final do mês deverá estar concluído o estudo sobre uma eventual cartelização dos preços no sector, solicitado pelo Executivo à Autoridade da Concorrência.

Entretanto, no seu habitual comentário de segunda-feira na RTP, António Vitorino afirmou que é necessário «esclarecer» se há ou não «um empolamento artificial» do preço da gasolina «e rapidamente», porque «já se está a demorar muito tempo».

A avaliação da Autoridade da Concorrência «é fundamental», mas «admito que a investigação exiga uma análise longa, ou seja, comparar quando é que as gasolineiras aumentaram os respectivos preços e verificar quais os stocks de gasolina que estavam na base desses aumentos».

Para Vitorino, a resposta é urgente porque o aumento do preço dos combustíveis «é um elemento que cria grandes dúvidas e grande descontentamento nas pessoas».

Questionado sobre a revisão em baixa das previsões de crescimento económico feita pelo executivo socialista, o antigo comissário europeu disse que é «evidente» que «as contas saíram furadas ao Governo».

«A crise internacional veio interromper a lógica» do Governo «de fazer reformas na primeira parte da legislatura para permitir criar uma consolidação das contas públicas que dê confiança aos investidores» e consequentemente aumentar o «crescimento económico na segunda parte da legislatura», explicou.

«Parte substancial daquilo com que nós estamos confrontados não é fruto das reformas mas da crise internacional», frisou, acrescentando que nesta segunda legislatura o Governo terá uma «janela de oportunidade» para «relançar a economia» com os fundos europeus.