A visita oficial de José Sócrates à Venezuela ficou marcada pela polémica. O primeiro-ministro e também o ministro da Economia foram apanhados a fumar durante o voo a caminho de Caracas. Sócrates considera este «um episódio menor». Também o presidente da República garantiu, esta quinta-feira, que nos voos da presidência ninguém fuma.
José Sócrates diz que de tão pouco não há-de rezar a história.
«Quem pensa que a história se faz com esses episódios, não sabe o que é a história, haverá um antes e um depois desta vinda à Venezuela. Esse antes e depois vai verificar-se em termos das nossas exportações, da nossa relação económica e do apoio que damos à comunidade portuguesa na Venezuela», adianta.
O cigarro no avião é para o primeiro-ministro um episódio menor. José Sócrates confessa espanto pelo fogo que o mesmo ateou.
«Eu vi coisas extraordinárias em Portugal, gente que me recomendava quase que eu me internasse para tratar do problema do tabagismo. Acho que com franqueza o nosso país não é adepto desses comportamentos de calvinismo moral tão radical e de uma espécie de vigilantes políticos que para atacar outro político recorrem a tudo», afirma.
Sobre o tabagismo de Estado falou também hoje Cavaco Silva que diz que tanto quanto sabe nos voos da presidência ninguém fuma.
O chefe de Estado reage assim à manchete do jornal Público de ontem que dizia que a lei do tabaco não é respeitada nos voos oficiais de Sócrates e Cavaco.
O presidente da República garante que não fuma e que nunca viu ninguém fumar durante as viagens de avião das suas comitivas.
Cavaco diz, no entanto, que não sabe se, alguma vez, algum jornalista se terá escondido atrás de uma cortina e possa ter puxado do cigarro.