O ministro da Agricultura, Jaime Silva, afirmou hoje em Bruxelas que os cereais são o sector mais apoiado em Portugal, considerando que as críticas às prioridades estabelecidas no quadro programa de desenvolvimento rural são «uma falácia».
Jaime Silva, que falava à entrada para uma reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia, reagia a críticas do presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), João Machado, que em declarações ao semanário Expresso considerou «absurda» e «aberrante» a classificação das prioridades estabelecidas pelo governo para a atribuição dos subsídios agrícolas, dado os cereais não serem classificados como produtos estratégicos.
Jaime Silva defendeu hoje que os cereais já têm apoios suficientes, apontando que são mesmo «o sector mais apoiado em Portugal», e lamentou as «campanhas que alguns dirigentes associativos têm periodicamente a ideia de vir lançar», tentando «atirar poeira para a opinião pública» e «fazer crer que os cereais foram abandonados por este governo», sem dizer aos portugueses os apoios concedidos.
«Em termos de apoios aos investimento, um agricultor pode ter entre 40 a 50 por cento de subsídios a fundo perdido, e além do mais esse agricultor sabe que tem uma ajuda de 63 euros por tonelada. Não há nenhum sector em Portugal com estes níveis de ajudas», afirmou o ministro.
Jaime Silva falava à entrada para uma reunião dos 27 que tem precisamente como um dos pontos principais da agenda um debate sobre a situação do mercado de cereais.