A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública denunciou esta segunda-feira, no Porto, a existência de 12 mil trabalhadores não docentes em situação laboral precária e sustentou que cinco mil poderão ficar sem emprego a 31 de Agosto.
Em conferência de imprensa para divulgar as razões da greve e manifestação, agendada para quarta-feira em Lisboa, a dirigente sindical Natália Carvalho disse que cerca de cinco mil trabalhadores acabam o seu contrato, já a 31 de Agosto, sem possibilidade de renovação.
«Ou o Ministério da Educação resolve este problema e coloca-os no quadro, ou no próximo ano lectivo muitas escolas não terão condições para funcionar, uma vez que a lei não permite contratar pessoas para substituir outras cujo contrato terminou», acrescentou Natália Carvalho.
Uma das razões para o protesto de quarta-feira é o facto dos trabalhadores não docentes estarem em desacordo com a tutela das autarquias.
«Os trabalhadores não concordam com esta transferência de competências, querem continuar a depender do Ministério da Educação. Para além disso, pensamos que a precariedade de trabalho vai aumentar e os trabalhadores que estão com contratos a termo, com a passagem para os municípios, vão todos para o desemprego», alertou.
Outra causa apontada pela responsável da federação é «a completa ausência de disposição para o diálogo, revelada pelos responsáveis do Ministério da Educação».
«Essa ausência está personalizada no secretário de estado da Educação que, sucessivamente, tem adiado uma audiência pedida pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, para discutir um conjunto de questões essenciais para os trabalhadores do sector», acusa a dirigente sindical.