Vinte e cinco anos depois de publicada a descoberta do vírus da SIDA, os cientistas ainda pouco avançaram na descoberta de uma vacina. Ricardo Camacho, do Laboratório de Biologia Molecular de Lisboa, disse à TSF que ainda estamos muito longe da descoberta de uma vacina eficaz.
A descoberta do vírus da SIDA foi publicada há 25 anos na revista Science. Um quarto de século depois foram declarados em Portugal 35 mil casos de pessoas infectadas com 6 mil casos mortais.
Henrique Barros, coordenador nacional para a infecção VIH/SIDA, estima que estarão hoje em tratamento 16 mil pessoas e lamenta que cheguem tão tarde aos hospitais.
«As pessoas chegam tarde demais aos hospitais, mas isso é um problema que existe em vários países», salienta, estimando que em Portugal vivam, neste momento, 25 mil doentes com SIDA dos quais cerca de 16 mil estão em tratamento, enquanto as outras não precisam de medicamentos.
Apesar do fracasso do programa de troca de seringas nas cadeias, para evitar novas infecções com o HIV, Henrique de Barros defende que o plano não deve ser abandonado.
«Se o programa não funcionou é preciso perceber porquê e não acabar com ele, porque isso é uma forma perversa de impedir as pessoas de o usar», salienta.
Ricardo Camacho, coordenador do Laboratório de Biologia Molecular do centro hospitalar de Lisboa ocidental defende que devia ser generalizado o teste de detecção do vírus: «temos de trazer o teste do VIH para a prática corrente».
Ricardo Camacho, entrevistado pela TSF, recordou o muito que se avançou nos últimos anos no tratamento anti viral mas salienta que a vacina contra a SIDA ainda vai demorar muitos anos.
«Voltámos à estaca zero quando há um ano foi anulado um ensaio com a vacina mais avançada que tinha sido feita ate ao momento», sublinha.
«Na minha opinião estamos muito, muito longe de ter uma vacina eficaz», acrescenta o coordenador.