Ambiente

"Pela primeira vez há consciência nacional" do que tem de ser feito para evitar incêndios

António Costa participa na ação de limpeza das florestas © Nuno Veiga/Lusa

O primeiro-ministro está este sábado a participar numa ação de limpeza das florestas no sul do país. Primeiro esteve em Loulé e seguiu depois para Portalegre.

Assim que desceu do helicóptero, o primeiro-ministro quis perceber o trabalho que o exército estava a fazer com homens e máquinas naquele sítio tão isolado da Serra do Caldeirão.

"Estão aqui há quanto tempo?", perguntou aos elementos que andavam a cortar vegetação. " Bom trabalho", desejou.

Há muito mato para cortar e para mostrar trabalho ao primeiro-ministro que só andou a ver. António Costa não pegou em nenhuma máquina nem cortou mato ou vegetação.

No Sítio dos Vermelhos não é só o exército que trabalha na limpeza da floresta. O primeiro-ministro conheceu um pastor, Leonel Pereira, que tem mais de 200 cabras sapadoras. " A limpeza que está aí feita, é feita por elas", assegura.

No local, o presidente da Câmara de Loulé quis mostrar reconhecimento pelo trabalho que está a ser feito pelo exército: "Nesta aldeia tão isolada da serra as populações sentem-se agradecidas e seguras e sabem que o estado está a olhar por elas", disse Vítor Aleixo.

Ao frio, que era muito, e à chuva, António Costa enfatizou que, mais que não seja, este ano há maior consciência do que tem que ser feito para evitar incêndios.

Questionado pelos jornalistas, sobre a diferença entre os trabalhos de prevenção realizados este ano e no anterior, o primeiro-ministro sublinhou que existe "claramente" uma diferença, já que, há um ano, "não havia este movimento, esta azáfama" em todo o país, envolvendo proprietários e autarquias, entre outros.

António Costa ressalvou ainda que, apesar de as medidas já estarem em vigor há quase doze anos, "pela primeira vez", há uma "grande consciência" de que é necessário proceder à limpeza dos terrenos, sendo fundamental que todos se concentrem a fazer "aquilo que é essencial".

Relativamente ao relatório da comissão técnica independente sobre os grandes incêndios de 2017, conhecido esta semana, o primeiro-ministro referiu que se limita "humildemente a ler o que está escrito", procurando interpretar os dados e adaptá-los às políticas necessárias.

"Foi assim que fizemos com o primeiro relatório", frisou, acrescentando que o Governo já tem "cerca de três quartos das medidas que foram recomendadas em execução", trabalho que vai prosseguir, tendo em conta os "recursos existentes e o calendário adequado para tomar cada uma das medidas".

Segundo António Costa, enquanto o risco de incêndio "não desaconselhar as limpezas", deve limpar-se "o mais possível", porque quanto mais se fizer agora "menor é o risco que teremos amanhã".

No conjunto das ações, que visam também "clarificar que o trabalho de limpeza de terrenos decorrerá até 31 de maio", participam o Presidente da República e cerca de 20 membros do Governo.