A vítima , identificada como "Miriam", não divulgou o nome do agressor que já jogou na Ligue 1 , por temer consequências para si e para o seu filho
O testemunho é feito na edição de segunda-feira do jornal desportivo francês L'Équipe, onde "Miriam", nome fictício escolhido pela vítima, retrata o quotidiano terrível de uma mulher espancada várias pelo seu companheiro, durante os dois anos em que viveram juntos.
"Não eram pequenas bofetadas, mas sim socos no estômago, na cara, em todo o lado", confessa a mulher em relação ao ex-namorado, o qual designa de "Monsieur".
"Hoje, reconheço que podia ter morrido", confessa. A mulher conta que se conheceram na sua terra natal, em África, durante uma deslocação do jogador ao serviço da seleção nacional. Há quatro anos o futebolista propôs que ela fosse viver juntamente com ele, para a cidade do novo clube com o qual tinha assinado.
"Quando o conheci, ele era adorável. Mas assim que começámos a morar juntos, vi que que ele não era muito estável e que era realmente violento", conta. Foi nesse momento que começou a ser violentada. "Ele era muito ciumento e podia mudar de personalidade a qualquer momento", refere "Miriam", que depende financeiramente do jogador, que a impede de trabalhar.
"Não importa o que poderia desencadear a sua violência... Ele encontrava sempre uma razão para me bater", sublinha na entrevista que deu ao L'Équipe.
Enquanto foi vitimizada pelo "Monsieur", nunca teve coragem de tornar a sua situação pública, mas agora achou que era altura de contar a sua história, após saber que a atual companheira do seu ex-namorado está a sofrer tal como lhe aconteceu no passado.
"Eu sabia que ele tinha agredido a sua nova companheira, inclusivé durante a sua gravidez", confidenciou "Miriam". "Eu sei porque cada vez que o "Monsieur" a agrediu, ela apanhou o comboio para ficar alojada na casa do seu sogro (o pai do jogador), com quem eu fiquei em contacto. Eu contactei-vos porque estou com medo que ele acabe matando alguém", alerta "Miriam".