Com a adesão em massa no primeiro dia de IRS, o Executivo já criou um slogan para travar os contribuintes.
"Nós, nem temos que deixar tudo para a última da hora, nem temos que utilizar tudo no primeiro dia." Foi com esta frase que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, apresentou os dados de adesão dos contribuintes ao IRS.
Mendonça Mendes lembra que os contribuintes têm dois meses para entregar a declaração eletrónica em 2018, mas isso pode mudar em 2019. "Veremos nesta campanha se, no próximo ano, se justificará tanto tempo de campanha, neste momento é aquilo que nos parece adequado", sublinha.
Para este ano, a Autoridade Tributária teve que enviar 170 mil cartas a contribuintes que não tinham senha de acesso ao portal eletrónico das Finanças.
Na repartição dos Olivais, em Lisboa, esteve esta segunda-feira o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que perguntou à diretora do serviço como estavam a atender os utentes que anteriormente entregavam o IRS em papel. Em contacto com os contribuintes, o governante deparou-se com a lentidão do sistema eletrónico, que não ajuda na rapidez do atendimento.
Perante esta falta de agilidade dos servidores, o secretário de Estado justificou-se, alegando que "é sempre normal que, havendo picos de procura, o sistema possa falhar".
"O que é importante é distinguir aquilo que é falhar do que é não funcionar. É normal que isso aconteça. O que temos de garantir é que, ao longo dos 60 dias, os contribuintes podem cumprir as suas obrigações sem nenhum transtorno de maior", disse.
Segundo Mendonça Mendes, também tudo irá correr bem com os prazos dos reembolsos, já que "o sistema está preparado para cumprir os mesmos objetivos do ano passado".
De acordo com o governante, no último ano foi possível, em média, reembolsar os contribuintes num prazo de 23 dias e, com o IRS automático, o prazo foi de 12 dias.
Este ano, os prazos até podem melhorar. "Temos a expetativa de que os prazos possam ser menores, uma vez que há mais gente com o IRS automático. No último ano, houve 800 mil pessoas e este ano pode haver três milhões", defendeu Mendonça Mendes.