Mundo

Nacionalista Viktor Orban tem reeleição garantida nas legislativas na Hungria

Viktor Orban © Bernadett Szabo/Reuters

Com uma oposição composta por pequenos partidos que não se conseguem organizar e que praticamente não têm acesso ao eleitorado, o pior que pode acontecer ao partido no poder é perder a maioria absoluta.

A Europa está este domingo atenta às eleições na Hungria. As legislativas que estão a decorrer podem modificar a relação futura de Budapeste com Bruxelas.

É essa a convicção de alguns analistas que acreditam que estas eleições vão determinar se a Hungria vai querer um afastamento maior dos europeus e um reforço dos laços com a Rússia e com as soluções menos democráticas de Vladimir Puttin.

Todos os estudos de opinião são unânimes, o FIDESZ vai ser o partido mais votado. Mas há pelo menos uma sondagem que aponta para um governo minoritário. Se isso acontecer Viktor Orban poderá ser obrigado a alguns compromissos que ponham um travão na autocracia em que a Hungria se está a transformar.

Os últimos oito anos anos de governação foram de ataques à espinha dorsal do sistema democrático. A constituição foi reescrita, o sistema judicial foi mudado e a lei eleitoral adaptada a favor do partido no poder.

O grande cavalo de batalha da democracia liberal, como lhe chama Orban, é a campanha anti-imigração que é bem visível nos placards de rua, anúncios de televisão, programas de rádio e até livros escolares.

Os imigrantes e refugiados, especialmente do Médio Oriente e de África, são acusados de quererem acabar com a cultura nacional e de quererem fazer dos húngaros uma minoria.

É preciso recordar que a Hungria tem pouco mais de 0% de nacionais das duas regiões e que quando a Europa tentou que aceitasse 1300 Budapeste resistiu fortemente, construiu duas barreiras de arame farpado nas fronteiras com a Sérvia e Croácia e destacou uma milícia civil para as defender.

Na véspera das eleições legislativas e perante milhares de apoiantes Vicktor Orban ameaçou vingar-se moral, política e legalmente de todos os opositores.

Entre eles estão os pequenos partidos, as ONG, os refugiados e Vicktor Soros, o milionário húngaro-americano que deu a Orban a bolsa de estudos que lhe permitiu estudar em Oxford.

Num cenário em que as instituições públicas, os órgãos de comunicação social e até os teatros e escolas estão fortemente governamentalizados resta Soros para financiar alternativas políticas e sociais.

O milionário tornou-se por isso num dos alvos de campanha do primeiro-ministro com cartazes em todo o país a denunciar uma suposta operação para inundar a Hungria com muçulmanos.