Sociedade

A Brasileira. Cozinha de autor em emblemático espaço portuense

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Faz parte da memória da cidade pela história e tradição. A Brasileira portuense reabriu e com restaurante com cozinha portuguesa de autor de cariz tradicional, com um toque de modernidade.

Há 115 anos foi um acontecimento na cidade; por estes dias, A Brasileira portuense voltou a ser notícia.

Após cinco anos de portas fechadas, as obras de restauro devolveram ao mítico espaço parte das memórias que marcaram gerações do Porto.

Os tetos e o chão em mosaico, os mármores e as colunas são os originais, mas o projeto de reabilitação foi mais longe e incorporou um hotel temático, tendo por base o café e as especiarias, com seis pisos aromatizados - café, cacau, chá, pimenta rosa, canela e anis - e um pátio francês com jardim vertical, fresco e viçoso.

No piso térreo, à face da rua de Sá da Bandeira, a cafetaria - que se transforma em bar com dj de serviço mal a noite cai -, e o restaurante mesmo ao lado ganharam o esplendor de outros tempos.

O acesso ao restaurante é feito pela emblemática porta com para-sol em ferro e vidro. Luminosidade e bom gosto são duas características que saltam à vista mal entramos na sala, muito confortável.

A carta, com assinatura do chef Rui Martins, igualmente responsável pela cozinha do Rib Beef & Wine, na Ribeira, expressa uma cozinha portuguesa de autor, contemporânea, patente na conceção de vários momentos especiais.

Um desfile de sabores que começou com uma empada de massa tenra recheada com barriga de porco e tomate com salada de pimentos assados.

Outro capítulo: tártaro vegetal, com tomate curado, com dois dias em vácuo e salmoura, assumiu a forma de tributo ao gaspacho.

Lula estufada com raiz de coentros tostada, uma caldeirada não assumida, e presa de porco ibérico numa sandes - assim, mesmo, no léxico tripeiro - de pão de chouriço cozido a vapor, foram as iguarias que se seguiram.

Sugestiva, a açorda de cogumelos e espargos com broa de Avintes e ovos em separado, servida na típica malga do vinho verde tinto.

Original, o bacalhau à Brás, uma emulsão de gema de ovo com creme de bacalhau; em fundo negro, inspirado nas cabidelas nortenhas, bem avinagradas, uma tirinha de choco frito.

Para concluir, a recriação de um prego sobre espuma de batata frita.

No entanto, na carta habitual, não falta, como está expresso, "um clássico da cidade": tripas à moda do Porto.

Nas entradas, há pão, azeite e alho; tártaro de atum, com massa de azevias crocantes; choco frito, com maionese de coentros e lima; punheta de bacalhau; ovos mexidos com espargos verdes; ervilhas com chouriço e ovo a baixa temperatura.

"Verdes cenários" são, entre outros, o nosso caldo verde, assim designado, e salada de polvo.

Os pratos principais, "que nunca podem faltar", como se lê na carta, são bacalhau à Brás com gema confitada ou à lagareiro com batata a murro; arroz negro com lulas; presa de porco ibérico no pão e batata frita e o mais lisboeta bitoque.

Para doce conclusão, há tartes de limão e de maçã, com gelado de caramelo, ou de queijo com gelado de frutos silvestres.

Carta de vinhos com boas referências. Serviço simpático.

Restaurante A BRASILEIRA, no Porto.

Localização: Porto

Telef.: 21 041 7160