Assunção Cristas sugere que terrenos como os da Feira Popular devem ser aproveitados.
O CDS quer o Estado a dar o exemplo para garantir habitação acessível no país, começando por Lisboa. As propostas dos centristas vão fazer parte do um debate potestivo no parlamento, sobre habitação, que está agendado para 10 de maio.
Em declarações à TSF, Assunção Cristas propõe que 80% da área da antiga Feira Popular seja usada para construir habitação a rendas acessíveis, mas também o património habitacional do Ministério da Defesa e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa devem ser mobilizados para o mesmo fim.
"Numa altura em que ouvimos o Governo vir com sugestões de requisição de imóveis dos particulares, entendemos que é particularmente pertinente que o Estado dê o exemplo e comece por mobilizar os seus imóveis e os seus terrenos", começa por explicar a líder centrista.
Para os terrenos da Feira Popular, que há 10 anos reverteram para a autarquia depois do acordo com a Bragaparques, Assunção Cristas propõe uma espécie de parceria público-privada com a Câmara a ceder os terrenos para a construção por privados.
"O papel dos privados poderá ser participar no investimento na construção e partilhando uma parte do que é uma parte de um retorno que demore mais tempo. Esse modelo tem de ser estudado em conjunto com o mercado e com a aceitação que isto pode ter do lado dos privados, mas a verdade é que se a câmara "entrar" com o terreno e associar a isso um retorno deste valor em várias décadas será possível fazer uma construção de qualidade com um preço de renda moderado porque o terreno não entra a onerar esse valor", justifica.
O modelo de financiamento deve ser estudado, mas a presidente do CDS acredita que pode ser alargado a todo o país e que desta forma será possível ter casas para famílias numerosas com 30 a 50 por cento de rendas mais baratas, um arrendamento que pode dar opção de compra aos inquilinos.
Soluções idênticas, segundo o CDS, podem ser replicadas noutros pontos da cidade, onde haja terrenos camarários desocupados, e também a outros pontos do país.