Sociedade

"Ficaria muito contente" se os países "aumentassem estes valores"

Carlos Moedas Nuno Pinto Fernandes / Global Imagens

O comissário português, Carlos Moedas lamenta que tenham sido "necessários" cortes na PAC e Coesão, admitindo que "ficaria contende" se fossem "reduzidos no Conselho".

O montante de 100 mil milhões de euros para a ciência "não deixa de ser aquele que é possível, dentro do que vivemos hoje na Europa", frisou o comissário, referindo-se às dificuldades de financiar o orçamento comunitário com menos um Estado-Membro.

O português que no final desta quarta-feira era o único membro do executivo comunitário que podia anunciar uma vitória, com o reforço "muito significativo" das verbas para a ciência, não deixou de lamentar os cortes na política de Coesão e na PAC, salientando que "os países podem reduzir estes cortes", no Conselho Europeu.



"Esta é a proposta da Comissão. A proposta agora vai para o Parlamento e vai ser discutida com os países. Eu ficaria muito contente, se os países dissessem que a Comissão podia ter feito muito melhor e nós vamos aumentar estes valores [mas] duvido que isso aconteça", admitiu

"Isto é aquilo que hoje se passa na Europa e que deixa as pessoas confundidas, a dizerem "então a Comissão faz essa proposta porquê?". Faz, porque é a proposta razoável, para os países a deixarem passar [no Conselho]", frisou.

Reforço para a ciência

Num orçamento caracterizado por cortes, as áreas geridas pelo português Carlos Moedas, no programa Horizonte Europa (sucessor do Horizonte 2020) contrariam a tendência, com um reforço para os 100 mil milhões e euros. Este montante, equivalente ao que o Parlamento Europeu tinha pedido para o orçamento que está em vigor, fica porém abaixo da expectativa criada pelo presidente, no discurso sobre o estado da União, em 2017, em que chegou a admitir uma duplicação de verbas.

Mesmo assim, "é uma boa notícia para aquilo que é o futuro da Europa, pois vamos investir mais em ciência e em inovação e em digital e em tudo o que é a competitividade europeia", afirmou o comissário, depois de ser anunciado "o maior aumento na ciência desde que começaram os Programas Quadro".