Júlia, é o primeiro espetáculo de uma trilogia, da Bienal Artista na Cidade, com a encenadora brasileira, Christiane Jatahy
Júlia, parte da Menina Júlia de Strindberg, uma adaptação, não é uma versão. Há um filme, já filmado e ao mesmo tempo, imagens feitas no momento, uma peça onde a menina burguesa da casa, faz uma festa, com os criados e joga com esse poder de menina da casa. A encenadora Christiane Jatahy parte desse jogo de poder e coloca-o no Brasil deste tempo, onde o poder parece estar na rua, ou na rua da amargura. O mundo concentrado naquele jogo de poder, onde se centra toda a ideia da peça, o poder que ora muda de lugar, ora regressa mais poderoso, nesta adaptação, a relação do poder está lá, o Brasil de agora, diz a encenadora. No jogo de poder de Júlia, o que marca a falência de um sistema, de um Brasil mergulhado no caos, político e social. Como um texto escrito em finais do seculo XIX, se mantém tão atual, que pode manter formas de leitura deste tempo, ou em tempos tão conturbados como os que se vivem hoje no Brasil e no fundo no resto do mundo.
Julia, adaptação de Christiane Jatahy, Artista na Cidade, de Lisboa, estreia esta noite no Teatro Nacional D.Maria II e fica apenas até domingo dia 6.