Sociedade

Especialistas da Rússia e EUA discutem cibersegurança no Parlamento português

Reuters

"Resiliência Digital de um Estado Democrático" é o título do primeiro encontro das conferências organizadas pela Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Num momento em que se discute se Donald Trump irá, ou não, testemunhar sobre a eventual ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, a Assembleia da República recebe, esta terça-feira, a conferência "Resiliência Digital de um Estado Democrático", na qual vão marcar presença Anatoly Smirnov, diretor-geral da Associação Nacional para Segurança Internacional da Informação de Moscovo, e William Sweeney, presidente da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais.

Trata-se da primeira edição das Conferências de Lisboa da Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), e nesta primeira edição, passam pelo parlamento português vários especialistas em áreas como a segurança nacional, os sistemas de informação, os direitos humanos ou o terrorismo.

"Num tempo em que somos cerca de 4 biliões de utilizadores de internet, em que há 3 biliões de utilizadores de redes sociais e em que têm vindo a lume tantos casos de ciberameaças, este é um tema premente na discussão dentro da Assembleia Parlamentar da OSCE. Aliás, é um tema abordado ao longo do últimos dez anos e que já levou à elaboração de mais de dez textos resolutivos", disse à TSF a deputada socialista Isabel Santos, atual presidente da delegação portuguesa na Assembleia Parlamentar da OSCE.

"Cibersegurança e Democracia", "Desafios tecnológicos do ciberespaço", "Soberania e segurança digital" e "A ameaça do ciberterrorismo no Espaço OSCE", são os painéis em destaque, num dia em que, segundo Isabel Santos, os especialistas russo e norte-americano, Anatoly Smirnov e William Sweeney, poderão apresentar "duas visões" sobre os contornos da eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

"É expectável e positivo que isso possa acontecer", considera a deputada, que sublinha ainda que tudo aquilo que for discutido nos vários painéis será levado em conta pela Assembleia Parlamentar da OSCE, até porque, salienta, uma das missões da organização é a de enviar regularmente observadores para atos eleitorais nos seus países membros.

Nesse sentido, Isabel Santos adianta: "A observação de atos eleitorais segundo os modelos tradicionais pelos quais nos guiámos ao longo dos anos está, neste momento, colocada em causa com todas estas interferências, e temos de rever até a nossa forma de observar esses atos", e acrescenta: "Vão ser muito importantes os contributos que estes dois especialistas aqui trarão para fazer uma avaliação sobre que medidas tomar no futuro".

A sessão de abertura da conferência, marcada para as 9h30, está a cargo do Vice-Presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão (em substituição do Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues), do Presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE, George Tsereteli, e da Presidente da Delegação Portuguesa à Assembleia Parlamentar da OSCE, Isabel Santos.