Ambiente

Seis ecossistemas ameaçados captados pela objetiva do fotógrafo Pedro Rego

Pedro Rego

O fotógrafo brigantino já passou por África, Polo Norte e Polo Sul. Em breve vai caçar fotografias à ilha de Sumatra.

Pedro Rego é fotógrafo de natureza, especializado em vida selvagem. Natural de Bragança, regressou em finais de fevereiro da Antártida, no Polo Sul, depois de já ter estado no Polo Norte, e em África, na planície do Serengeti. Três pontos de passagem, que fazem parte dos seis por onde pretende passar e chamar à atenção para as alterações climáticas, ecossistemas em perigo e espécies ameaçadas, através da fotografia.

Pedro Rego era professor de Educação Física, atividade que deixou por paixão pela fotografia. Já venceu quatro prémios de fotografia, e tem fotografias reconhecidas pela National Geografic Portugal. Lançou recentemente um livro de fotografia baseado no seu trabalho no Polo Norte, onde na capa se destaca o urso polar.

Consigo traz para Portugal o seu olhar sobre problemas ambientais através da objetiva da máquina fotográfica. "São bastante iguais na perspetiva do frio e do gelo que se encontra lá, ambos os locais muito frios, mas quando nos voltamos para o assunto da biodiversidade são muito diferentes: a Antártida é completamente diferente no que respeita a números, fervilha de vida", conta.

Locais parecidos no branco do gelo, mas diferentes em termos ambientais. O degelo é bem mais visível a Norte. "Encontrámos um Polo Norte bastante despido de gelo. Senti bastante aquilo que são as mudanças como consequência das alterações climáticas. Na Antártida não é tão visível o efeito das alterações climáticas".

Mas, existem. Pedro Rego observou e fotografou uma placa de gelo, com 12km de diâmetro, à deriva depois de se ter desprendido do continente antártico.

São dezenas de quilos de material às costas, dezenas de horas de viagem, milhares de euros de investimento, temperaturas abaixo... muito abaixo... das que existem em Portugal. Tudo com um forte propósito: "alertar para a conservação desses ecossistemas e de animais em vias de extinção como o urso polar. Trazer para o público português lugares que não são muito comuns e alertar a comunidade escolar, fazendo ações de sensibilização que os leve a conhecer este problema".

O trabalho fotográfico do Polo Norte resultou num livro e num documentário que já estão à venda. Na capa, a personagem principal da história: o urso polar.

À dificuldade financeira, talvez a principal dificuldade para um fotógrafo português soma-se depois a dureza em si de toda a expedição.

Já depois de ter passado por África em 2017, mais concretamente na Tanzânia, nas planícies do Serengeti, foi ao Polo Sul e agora Pedro Rego vai caçar fotografias à ilha de Sumatra.