Líder do CDS-PP pretende reunir-se com Marcelo Rebelo de Sousa e falar sobre soluções do partido para a Justiça.
Assunção Cristas pediu uma audiência ao Presidente da República sobre Justiça. A informação surge após uma reunião da Comissão Executiva do CDS, onde o partido procurou algumas soluções para a área da Justiça.
Recordando um pacote legislativo apresentado há cerca de três meses e um projeto de revisão constitucional de 2010, os centristas recordam uma frase que acreditam "permanecer atual, tendo ganho ainda maior destaque a exigência de um tempo de decisão mais compatível com a celeridade do mundo presente".
Com o intuito de "contribuir ativamente" para o melhoramento da Justiça e para ultrapassar as "debilidades", e tendo em contra que "uma parte das soluções implica ou pode implicar uma Revisão da Constituição", a líder do CDS decidiu pedir uma audiência a Marcelo Rebelo de Sousa.
Na nota dirigida à imprensa após a reunião da Comissão Executiva, os centristas realçaram que é preciso "separar o escrutínio político de atos e decisões políticas, a ser feito no Parlamento, do escrutínio da justiça, feito pelos tribunais".
"A sanção política, decorrente desse escrutínio político parlamentar corresponde à demissão de cargos políticos ou, no limite, do Governo. Por natureza, faz sentido que ocorra em relação a factos presentes ou do passado recente, quanto ainda é possível aplicar essa sanção. O nosso foco está pois no escrutínio político da atuação do atual Governo e não no passado", garantiu o CDS.
No mesmo sentido, os centristas pretendem que a justiça trabalhe "com recato e o máximo de celeridade, para cumprir as suas funções com eficácia".
No que toca ao caso concreto do ex-primeiro-ministro José Sócrates, os centristas entendem que "a investigação e o escrutínio já foram feitos pelo Ministério Público, o que levou a uma acusação", pedindo "celeridade e eficácia" para o caso judicial.
"Já quanto à avaliação da atuação de José Sócrates, a nossa apreciação ética não mudou na última semana e a nossa apreciação política é sobejamente conhecida: liderou o pior Governo das últimas décadas, que levou o país à bancarrota, ao resgate da troika e ao sacrifício de todos nós portugueses. Fez mal a Portugal", pode ler-se no comunicado.