Sistema apoiado por 19 câmaras de vídeo já permitiu à polícia investigar casos de furto e danos em propriedade privada.
Como nas séries de televisão, a polícia de Leiria utiliza um sistema de vigilância com câmaras de vídeo que é um autêntico Big Brother nas ruas da cidade. O balanço das primeiras semanas feito pela PSP é positivo e o Município já admite expandir o modelo para outras zonas fora do centro histórico.
Pessoas e bens, 24 horas debaixo do olhar das forças de segurança, que observa com 19 câmaras de vigilância. O sistema de videoproteção que deixa Dulcínia Fernandes e Jorge Duarte, moradores em Leiria, mais tranquilos, está a funcionar há um mês, no centro histórico e comercial, onde António Luís mantém uma loja aberta vai para 40 anos, o que o leva a reconhecer que o novo instrumento ao serviço da polícia "é capaz de ter a sua utilidade, pelo menos a partir de determinada hora".
Até à data, nenhum ilícito foi observado em tempo real, mas há um caso por danos em propriedade privada com suspeitos identificados através das imagens gravadas, cuja investigação está quase concluída. Após a denúncia, a pesquisa nas gravações leva mais longe o longo braço da lei e permite às autoridades regressarem ao local do crime. Carlos Martins é o responsável pelo centro de comando e controlo da PSP de Leiria, onde 12 agentes operam o sistema de videoproteção.
"Eles têm noção de quais os meios afetos à cidade de Leiria que estão disponíveis para acorrer às ocorrências e em simultâneo têm acesso às câmaras de videovigilância", o que "acaba por ser uma mais-valia", afirma o comissário. As imagens são recebidas em tempo real e mantidas em arquivo durante 30 dias. "São câmaras de 360 graus, portanto, filmam para qualquer das posições em redor. E nós conseguimos fazer com que sejam operadas automaticamente e a qualquer momento podemos operá-las manualmente".
Com os equipamentos a monitorizar a via pública 24 sobre 24 horas, são usados filtros que garantem a privacidade no interior dos edifícios. E o sinal vídeo também está protegido, porque "é codificado" e "funciona num circuito fechado, numa rede interna, que não está ligada a qualquer tipo de servidor na internet", explica Carlos Martins.
O projeto começou a ser idealizado em 2011, para combater o crime e delitos contraordenacionais, prevenir e dissuadir, nas ruas de Leiria com maior índice de criminalidade, onde em tempos existia um ambiente "muito complicado", face "às inúmeras queixas", relacionadas com assaltos a estudantes, distribuição de droga e furtos em viaturas, reconhece o presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro. Depois de um investimento de 350 mil euros por parte do Município, o autarca admite expandir o modelo para outras zonas da cidade, "onde haja casos que o justifiquem".
Inaugurado oficialmente a 16 de abril, o sistema de videovigilância de Leiria vem facilitar a investigação policial e agilizar a gestão de meios no terreno. As imagens servem de prova em tribunal.