Será o Mundial a confirmação da estrela egípcia, Mohamed Salah?
Quase três décadas depois eles estão de volta. De facto, têm sido raras as presenças do Egito nos Mundiais de futebol, o que até pode parecer estranho se levarmos em linha de conta que se trata de um dos países com maior tradição no futebol africano. Mas esta nem sequer é a pausa mais longa, porque entre a primeira e a segunda participação passaram 60 anos.
Pergunta-se : e será que à terceira, a fase de grupos deixará de ser o patamar único pelo qual se ficará o Egito? Claro que a resposta só virá mais tarde, mas pelo menos desta vez a seleção conta com um faraó, alguém que no contexto global é olhado como pairando acima da generalidade dos mortais. Chama-se Mohamed Salah e nunca o Egito dispôs deste contributo suplementar para sonhar com algo mais do que limitar-se a picar o ponto.
A superestrela do Liverpool é hoje considerada um caso incomum, capaz de rivalizar com o brilho que se espera de jogadores como Cristiano Ronaldo, Messi ou Neymar. Até ver, o facto é que Salah foi o autor de sete dos oito golos apontados pelos egípcios durante a qualificação. O que, traduzindo, significa que foi ele quem levou a equipa às costas até à Rússia.
Há um faraó e depois, naturalmente, os súbditos. Inclui alguns bastante jovens e razoavelmente inexperientes neste tipo de competições de elevado calibre, mas também há outros com mais rodagem e, acima deles, uma espécie de lugar-tenente , um velho guerreiro que poderá tornar-se no mais velho jogador de sempre a alinhar num Mundial : o guarda-redes Essam El-Hadary que, aos 45 anos, lá está como o representante de uma certa linhagem do futebol egípcio.
E, já agora, porque não é pormenor irrelevante, este esquadrão conta com a experiência tutelar de Hector Cúper. Talvez - talvez - uma oportunidade para uma nova experiência na estreia em Mundiais no século XXI.