A poucos dias do sorteio para o Mundial, a seleção do Médio Oriente despediu o técnico Bauza e foi buscar Juan Antonio Pizzi.
Como um dia escreveu o Guardian, a Arábia Saudita pode ser a seleção com o ranking mais baixo de todas as que estão presentes no Mundial deste ano, mas garantidamente nunca haverá momentos aborrecidos com ela.
Existe assim uma espécie de regra vigente segundo a qual um selecionador dificilmente se aguenta no cargo mais do que um ano. Isto é entendido como uma normalidade, pelo que o desempenho do holandês Bert van Marwijk durante duas épocas foi uma quase-acontecimento. A verdade é que o técnico conseguiu mesmo o apuramento para o Mundial, depois de um interregno que vinha desde 2006.
No entanto, porque a tradição saudita ainda é o que era, van Marwijk qualificou-se e foi-se embora. Alegadamente, os responsáveis federativos queriam fazer alterações na equipa técnica e o holandês não estava para aí virado. Aliás, as intromissões no trabalho dos selecionadores parece ser algo encarado com naturalidade por aquelas paragens, simplesmente os treinadores, como seria de prever, não acham que estas coisas sejam assim tão normais.
Vai daí, entra Edgardo Bauza, que entretanto tinha recebido guia de marcha na Argentina. Quer dizer : entra e sai. Apenas em dois meses foi também ele despachado e a Arábia Saudita só foi buscar Juan Antonio Pizzi a poucos dias do sorteio na Rússia. Pizzi que, recorde-se, tinha falhado a qualificação com o Chile.
Claro que ninguém espera grandes feitos da equipa saudita que, nas quatro participações anteriores, o melhor que conseguiu foi ultrapassar a fase de grupos em 1994, nos Estados Unidos.
Mas, dê no que der, ninguém ficará surpreendido se, daqui para a frente, a porta giratória pela qual têm circulado os selecionadores voltar à agitação habitual...