Desporto

Espanha: nascer outra vez

Football Soccer - Spain national soccer team training - Stade de France, Saint-Denis near Paris, France - 27/03/2017 - Spain's head coach Julen Lopetegui balances the ball on his finger during training. REUTERS/Gonzalo Fuentes - RC11BDEFD6D0 Gonzalo Fuentes/Reuters

A seleção dirigida por Julen Lopetegui vai confrontar Portugal no primeiro jogo do campeonato do mundo.

Sim, é mesmo uma das favoritas...outra vez. É verdade que desde a conquista do Mundial em 2010, os espanhóis não voltaram a brilhar em Campeonatos do Mundo, mas não é por isso que surgem menos cotados à Rússia.

Aliás, a forma como se qualificaram foi exemplar, num grupo que integrava a Itália. Mas nem é especialmente por isto que a Espanha aparece como potencial vencedor. A questão tem mais a ver com a recuperação de um conceito que, circunstancialmente, aparentava deixar de ter efeitos práticos.

Eclipsou-se no Brasil e também no último Europeu, mas recomeçou a fazer sentido a partir do momento em que Julen Lopetegui aproveitou aquilo que se poderia definir como a ideia-base que antes trouxera uma sequência se sucessos. Aliás, se atentarmos bem, entre os elementos fundamentais da construção da seleção espanhola encontramos hoje boa parte daqueles que estiveram em França, como Piqué, Sérgio Ramos, David Silva e, naturalmente, o mago Iniesta.

Só que, agora, com mos "acrescentos" dos quais o técnico se lembrava dos Sub-21 de 2013 que chegaram ao título europeu : De Gea, Thiago Alcântara, Rodrigo e Isco. E até se deu ao luxo - ou ao risco - de abdicar de Moratta.

A Espanha é uma das seleções com maior número de presenças em fases finais, mas demorou a alcançar a primeira linha. Foi preciso chegar o efeito-Barcelona para a equipa desse o salto para outro patamar e nisso, diga-se, Vicente del Bosque foi bastante assertivo ao adaptar à seleção aquilo que tão brilhantes resultados tinha dado a Pep Guardiola. Ora, em linhas gerais, foi o que Lopetegui quis recuperar agora.

Pode dizer-se, é é verdade, que não se trata exatamente da mesma coisa, porque os intérpretes não são os mesmos. Aliás, um meio campo idêntico ao de 2010 não se encontra ao virar da esquina : juntar Busquets, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta é daquelas coisas irrepetíveis. Ainda assim, o enquadramento para 2018 possibilita o renascer da esperança. E a Espanha não é de desperdiçar oportunidades...