Desporto

Irão: impressão digital

epa06752450 A handout photo made available by the Presidential office shows Iranian President Hassan Rouhani (2-R) receiving the team's away jersey from Iran's Portuguese head coach Carlos Queiroz (L), in the presence of Iranian Football Federation President Mehdi Taj (R) and Iran's Minister of Sport and Youth Masoud Soltanifar (2-L) during a ceremony to bid farewell for the Iranian national team in Tehran, Iran, 20 May 2018. Iran national team will leave Tehran on 21 May to start a training camp abroad ahead of the 2018 FIFA World Cup finals in Russia. EPA/PRESIDENTIAL OFFICE HANDOUT HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES EPA

A seleção iraniana é orientada por Carlos Queiroz, antigo selecionador português.

Depois de quatro presenças muito espaçadas no tempo, o Irão regressa a um Mundial sem interrupções. Esteve no Brasil há quatro anos e volta agora na Rússia. Coincidência ou não, tal só sucede depois de Carlos Queiroz assumir a liderança de um projeto que, com altos e baixos, está a dar os seus resultados.

De facto, a relação entre o selecionador e a Federação tem sido tudo menos pacífica, sendo que, mais do que uma vez, Queiroz até pareceu estar mais fora do que dentro. E a ideia que fica é que nem sempre os responsáveis iranianos entenderam bem que para uma seleção fazer um caminho aceitável é preciso algo mais do que boa vontade. É necessário rigor e organização, entre outras coisas.

Queiroz, no meio deste percurso complexo, criou uma identidade na seleção, aplicando uma impressão digital muito própria que, como se tem notado, tornou o técnico português em alguém respeitado pelos adeptos.

Claro que os resultados não são alheios a este cenário, até porque são sempre os resultados que ditam a maior ou menor aceitação dos técnicos.

Ora, o Irão já tinha deixado uma ideia do que pretendia fazer em 2014 quando, por exemplo, deixou a cabeça em água à Argentina, que só conseguiu derrotá-los com um golo de Messi já um minuto para lá dos 90.

Se antes foi assim, agora Queiroz quer um pouco mais. O Irão continua a defender bem - e fez a qualificação sem sofrer um golo em doze partidas consecutivas -, mas o selecionador passou também a olhar com outro cuidado para a componente ofensiva.

A opção por mais jogadores que atuam na Europa indicia uma maior experiência que pode ser útil numa competição deste nível. E, pelo menos no plano das intenções, não será inocente a chamada de Alireza Jahanbakhsh, o primeiro iraniano a tornar-se no melhor marcador de um campeonato do Velho Continente, no caso, a Holanda, ao serviço do AZ Alkmaar.