A seleção iraniana é orientada por Carlos Queiroz, antigo selecionador português.
Depois de quatro presenças muito espaçadas no tempo, o Irão regressa a um Mundial sem interrupções. Esteve no Brasil há quatro anos e volta agora na Rússia. Coincidência ou não, tal só sucede depois de Carlos Queiroz assumir a liderança de um projeto que, com altos e baixos, está a dar os seus resultados.
De facto, a relação entre o selecionador e a Federação tem sido tudo menos pacífica, sendo que, mais do que uma vez, Queiroz até pareceu estar mais fora do que dentro. E a ideia que fica é que nem sempre os responsáveis iranianos entenderam bem que para uma seleção fazer um caminho aceitável é preciso algo mais do que boa vontade. É necessário rigor e organização, entre outras coisas.
Queiroz, no meio deste percurso complexo, criou uma identidade na seleção, aplicando uma impressão digital muito própria que, como se tem notado, tornou o técnico português em alguém respeitado pelos adeptos.
Claro que os resultados não são alheios a este cenário, até porque são sempre os resultados que ditam a maior ou menor aceitação dos técnicos.
Ora, o Irão já tinha deixado uma ideia do que pretendia fazer em 2014 quando, por exemplo, deixou a cabeça em água à Argentina, que só conseguiu derrotá-los com um golo de Messi já um minuto para lá dos 90.
Se antes foi assim, agora Queiroz quer um pouco mais. O Irão continua a defender bem - e fez a qualificação sem sofrer um golo em doze partidas consecutivas -, mas o selecionador passou também a olhar com outro cuidado para a componente ofensiva.
A opção por mais jogadores que atuam na Europa indicia uma maior experiência que pode ser útil numa competição deste nível. E, pelo menos no plano das intenções, não será inocente a chamada de Alireza Jahanbakhsh, o primeiro iraniano a tornar-se no melhor marcador de um campeonato do Velho Continente, no caso, a Holanda, ao serviço do AZ Alkmaar.