O selecionador francês Didier Deschamps chega à Rússia sem assumir favoritismos.
Se querem agradecer a alguém em concreto pelo facto de existir um Campeonato do Mundo de futebol, podem fazê-lo a um francês. Pouco depois da I Guerra Mundial foi Jules Rimet quem se empenhou em acabar com a ideia de que o futebol dos Jogos Olímpicos era o verdadeiro reflexo da modalidade a nível planetário.
Pensava ele - juntamente com Henri Delauney - que era necessária uma competição autónoma e que, por muito trabalho que desse, iria criá-la. E criou.
Claro que isto já seria suficiente para estarmos gratos ao ideal francês, mas quando acrescentamos Lucien Laurent, o autor do primeiro golo em Mundiais, em 1930; Just Fontaine, o mago dos 13 golos num único campeonato, em 1958; a seleção maravilha de Platini; ou a multicolor equipa campeã em 1998, com Zidane acima de todos, então percebemos que a contribuição francesa é mais do que parece.
É verdade que teve pontos negros, como a célebre revolta na África do Sul, que deixou toda a gente a pensar se não teria passado por ali uma alucinação coletiva. Mas isto não apaga o resto, que é muito.
Claro que, a nível de títulos, as coisas não são assim tão brilhantes, pois só venceu numa das duas vezes em que organizou a competição. Simplesmente, talvez pela tradição que transporta consigo, a França é olhada sempre como uma daquelas seleções que, se tudo correr de feição, até tem material humano para ir muito longe.
Daí que, este ano, a história não seja muito diferente. Didier Deschamps chega à Rússia sem assumir favoritismos, mas não escondendo que está lá para, de mansinho, ir marcando terreno.
O que se compreende, porque quem recorre a Antoine Griezmann, Kylian Mbappé e Ousmane Dembelé entra no Mundial de 2018 com alguma na manga...