Sociedade

É chegar ao cais e ponto final

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Na margem sul do Tejo, frente a Lisboa, o cais do Ginjal tem vista privilegiada para a capital, em particular da esplanada de um restaurante onde imperam bons sabores e simplicidade.

Lugar de partida ou de chegada, fervilhante ou deserto, um qualquer cais é lugar de magia, onde tanto acostam navios virtuais, como soltam amarras os barcos do amor.

Outrora fervilhante de atividade, o cais do Ginjal, construído em Cacilhas no século XIX, é hoje um fantasma curvado perante uma nova realidade, que colocou o transporte fluvial de mercadorias e víveres na maré baixa das prioridades.

Frente a Lisboa, apertado entre a encosta abrupta e as águas do Tejo, com o Cristo Rei lá no alto, o cais é hoje caminho de aventura à beira-rio ou destino mais romântico para contemplar a capital em toda a extensão ribeirinha.

É o Ponto Final do cais e o nome de um restaurante despretensioso, de ambiente bastante descontraído e com uma esplanada quase sobre a água, ocupando um pequeno pontão.

Um lugar com algo de mágico, onde apetece ficar, horas a fio, nos dias soalheiros, a contemplar Lisboa, a assistir ao vaivém dos barcos sob a ponte 25 de abril, a seguir com o olhar o voo das estridentes gaivotas.

E a saborear petiscos ou uma refeição mais substancial, que por ali também há especialidades famosas.

O espaço interior, marcado pela simplicidade, é acolhedor e a lareira contribui para maior conforto e bem-estar no tempo frio.

Mesas e cadeiras em madeira, chão em ladrilho e paredes em tons claros.

Os sabores alentejanos, do pão ao queijo de ovelha curado e aos pezinhos de coentrada estão bem presentes e atingem outra dimensão com a tradicional sopa de cação.

Quanto a entradas, há mais opções, naturalmente variáveis: petingas de escabeche; saladinhas de bacalhau com grão, de polvo ou de febras são alternativas.

O peixe fresco diário é outra aposta do restaurante, onde o arroz de tamboril é um dos pratos icónicos.

O arroz é acompanhamento privilegiado dos jaquinzinhos fritos, neste caso de tomate, ou de feijão, com pataniscas de bacalhau.

Nos pratos de carne, o arroz de cabidela é a estrela da casa, mas a feijoada à transmontana é igualmente muito apreciada.

Na doçaria, nova viagem ao Alentejo para saborear sericaia e encharcada.

Garrafeira razoável, privilegiando os vinhos da Península de Setúbal.

Serviço simpático neste restaurante simples e agradável, mesmo à beira Tejo.

Ponto Final. Em Cacilhas, Almada.

Onde fica:
Localização: R. do Ginjal 72, Almada
Telef.: 21 276 0743

António Catarino