Estava desempregado quando Telê Santana o convocou para o mundial do México. Dois pontapés valeram-lhe um lugar na história, e um novo contrato.
Em 1986, o lateral-direito brasileiro Josimar estava desempregado depois de ser dispensado pelo Botafogo. Ele que nunca tinha jogado pela seleção canarinha mas ainda assim foi escolhido pelo selecionador Telê Santana para o Mundial do México.
Por sorte ou por azar, deram-lhe a camisola "13" numa equipa onde estavam Zico, Sócrates e Falcão. Uma constelação que Josimar viu jogar no jogo de estreia do mundial quando o Brasil bateu a Espanha por 0-1.
Dias mais tarde, Josimar foi chamado ao 11 para substituir o lesionado Edson, titular da lateral-direita, para jogar frente à Irlanda do Norte. Num dos lances desse encontro, relata do comentador John Motson, da BBC, que o Brasil trocava a bola no meio campo adversário, quando a bola chegou a Josimar. Levantou a cabeça, viu Casagrande - que jogou no Futebol Clube do Porto-, e Careca na área, mas optou pelo remate.
A 30 metros de distância fez um golo para a história, um dos melhores de sempre para a FIFA em mundiais. Quatro dias mais tarde, frente à Polónia e na fase a eliminar, fez novamente gosto ao pé direito, desta vez na vitória por 4-0 do Brasil.
Escreveu então a revista Placar que Josimar era "O Herói Desempregado". O lateral-direito terminou o mundial no melhor onze da competição. Acabou por voltar a assinar pelo Botafogo, o clube que o havia dispensado antes do mundial do México.